Danilo supera morte da tia e faz gol do título do Flamengo na Libertadores
Danilo supera morte da tia e decide final da Libertadores

O zagueiro Danilo viveu uma sequência de emoções dignas de um filme antes e durante a final da Copa Libertadores da América de 2025, que culminou com ele marcando o gol do título do Flamengo sobre o Palmeiras. A conquista por 1 a 0 em Lima, no Peru, esconde uma história pessoal de superação, luto e fé no clube.

Uma semana de luto e segredo no Ninho do Urubu

A preparação para a grande final foi marcada por um evento trágico na vida do atleta. Menos de 24 horas antes da partida contra o Palmeiras, Danilo recebeu a notícia do falecimento de sua tia. A situação foi ainda mais dolorosa porque seus pais, José Luiz e sua mãe, já estavam a caminho de Lima para assistir ao jogo e tiveram que retornar ao Brasil para o velório.

Seu pai, descrito por Danilo como um "baita flamenguista", precisou acompanhar a final de casa. "Me emocionei muito quando o jogo acabou... Ele ficou assistindo de casa, foi baita triste", revelou o zagueiro, dedicando o gol do título ao pai.

Paralelamente ao drama familiar, um segredo era guardado a sete chaves pelo técnico Filipe Luís: a escalação. O comandante rubro-negro escondeu os nomes dos titulares até o último momento possível. Os jogadores só souberam quem iria a campo durante a preleção no hotel, no próprio dia da decisão.

Inspiração em frase do clube e a decisão de Filipe Luís

Antes de entrar em campo, Danilo buscou inspiração em uma famosa frase que está pintada no Centro de Treinamento Ninho do Urubu e que ele lê todos os dias: "Flamengo de Deus e do povo, do asfalto e do morro".

"Quando eu leio aquela frase eu já me arrepio verdadeiramente", confessou o campeão. "Eu estava pensando antes do jogo sobre uma denominação, porque o Flamengo é uma religião, é algo que move a emoção das pessoas".

A escalação dele como titular foi uma decisão de última hora de Filipe Luís. O técnico teve uma conversa sincera com Léo Ortiz, que se recuperava de uma lesão no tornozelo esquerdo, mas não estava 100%. Após o bate-papo, optou por Danilo. "Fiquei bem tranquilo com a decisão do Fili (Filipe Luís), tive uma conversa muito boa com ele. O mais importante é o título", disse Léo Ortiz, que apoiou o grupo durante a partida.

O gol do título e a taça quebrada

Com a camisa 4 nas costas, Danilo não apenas defendeu, mas também subiu ao ataque e marcou o gol solitário que deu o título continental ao Flamengo. Foi o ápice de uma jornada emocionalmente intensa.

As comemorações, no entanto, tiveram um episódio inusitado. A taça da Libertadores quebrou ainda no estádio Monumental de Lima, durante a festa dos jogadores. No desfile no Rio de Janeiro, que reuniu mais de 200 mil torcedores, o troféu foi exibido com a parte superior presa por fita adesiva, um símbolo curioso de uma conquista marcada por superação.

Para Danilo, a vitória vai além do futebol. "Para mim, é extremamente gratificante", finalizou, resumindo o sentimento de quem carregou nas costas o peso de uma perda familiar e a responsabilidade de decidir uma final continental, sempre inspirado pela identidade do clube que defende.