Em uma mensagem carregada de emoção e história compartilhada, o jornalista Matheus Leitão dirigiu-se ao técnico do Flamengo, Filipe Luís, às vésperas da decisão do Mundial de Clubes da FIFA, marcada para esta quarta-feira, 17 de dezembro de 2025. A carta, publicada em seu blog, é um misto de relato pessoal, memórias de arquibancada e um apelo por garra na busca pelo título mundial.
Uma Vida de Paixão Rubro-Negra
Matheus Leitão inicia a carta justificando o tratamento de "amigo" dado a Filipe Luís. Ele relembra sua trajetória de mais de quatro décadas como torcedor do Flamengo, iniciada ainda na infância. Aos quatro anos, em 1981, vibrou com o primeiro título mundial do clube, embora guarde apenas as histórias contadas pelo pai. Sua estreia em uma final ao vivo aconteceu aos dez anos, no Maracanã, ao lado do pai, Marcelo Netto, e do irmão, Vladimir Netto, para ver o tetra campeonato brasileiro.
O jornalista destaca que sempre esteve nas arquibancadas, testemunhando inúmeros títulos e derrotas. Ele menciona presenças marcantes, como as conquistas do Brasileirão de 2009, 2019 e 2025, quatro taças da Copa do Brasil levantadas no estádio, o tri da Copa do Brasil (Pet) e a épica final da Libertadores de 2022, em Lima, quando Filipe Luís ainda era jogador.
Memórias, Saudades e a Dor das Derrotas
A carta não esconde as cicatrizes. Leitão recorda o trauma de 1992, quando parte da arquibancada do Maracanã caiu durante uma final, um episódio que o faz sofrer pelos que morreram, assim como pelos "10" torcedores que perderam a vida em outros incidentes. Ele elogia a sensibilidade de Filipe Luís ao sempre lembrar dessas vítimas em suas coletivas.
O jornalista também revê a dor da derrota para o Liverpool no Mundial de 2022, no Catar, um jogo em que o Flamengo "bateu literalmente na trave" e perdeu na prorrogação. Para ele, no entanto, amar o clube também significa saber perder quando a equipe se entrega por completo.
O Cansaço que Vale a Pena e um Sonho de Gerações
Matheus Leitão confessa seu cansaço físico e emocional após tantas jornadas. Está cansado de cantar até ficar sem voz, de atravessar oceanos carregando o mesmo sonho. Mas deixa claro: é um cansaço feliz, sinal de uma paixão vivida com intensidade. Agora, ele está novamente no Catar, mas desta vez acompanhado de seu filho mais novo, Daniel (o "DanDan"), para viver o sonho do bicampeonato mundial.
O pedido central da carta é direto e emocionado. Leitão, que ainda é chamado pelo apelido de infância "Teteu" pelos mais próximos, pede a Filipe Luís que lute por esse título como nunca. Ele deseja que seu eu criança (Teteu) e seu filho (DanDan) se encontrem no sonho realizado, junto com os mais de 45 milhões de torcedores da Nação Rubro-Negra.
A mensagem se encerra com um tom de esperança e determinação: "Chegou a hora de a gente ser campeão mundial? A história vai dizer. Mas que não falte garra, nem luta". O jornalista finaliza com um abraço ao "amigo Filipe", firmando a identidade comum de quem nasceu e vive no mesmo Ninho.
