Abel Braga causa polêmica com fala homofóbica sobre camisa rosa do Inter
Abel Braga e fala homofóbica sobre camisa rosa do Inter

O retorno de Abel Braga ao comando do Sport Club Internacional, anunciado no domingo, 30 de novembro, foi ofuscado por uma grave polêmica. Durante sua coletiva de apresentação, o experiente treinador de 73 anos proferiu uma declaração amplamente considerada homofóbica ao se referir ao uniforme de treino rosa do clube gaúcho.

O comentário polêmico na coletiva

Em um momento da entrevista, Abel Braga detalhou conversas com a diretoria e o elenco, deixando claro sua insatisfação com a vestimenta. "Eu não quero a porra do meu time treinando de camisa rosa, parece time de viado", afirmou o técnico. A camisa em questão é uma edição especial criada em apoio à campanha do Outubro Rosa, mês de conscientização sobre a prevenção e o combate ao câncer de mama.

Questionado posteriormente sobre a declaração, o treinador tentou justificar a fala, argumentando que precisava "relaxar o grupo" e que queria os "caras fortes". A explicação, no entanto, não conteve a onda de críticas que se seguiu nas redes sociais e na imprensa esportiva.

Repercussão negativa e pedido de desculpas

Diante da enorme repercussão negativa, Abel Braga utilizou suas redes sociais algumas horas depois para publicar um pedido de desculpas. Em uma nota, ele reconheceu que não fez uma "colocação boa sobre a cor rosa" e afirmou que "Cores não definem gêneros. O que define é caráter".

Entretanto, a ambiguidade da retratação foi alvo de novas críticas. Observadores apontaram que o foco do pedido de desculpas pareceu estar na ofensa à cor, e não no termo homofóbico utilizado, além de confundir conceitos de gênero e orientação sexual.

Posicionamento do rival e pressão institucional

A polêmica extrapolou os limites do Internacional e atingiu o cenário esportivo nacional. O rival Grêmio se posicionou, de forma indireta, nas redes sociais. O clube publicou uma mensagem afirmando ter "orgulho de todos os nossos torcedores, sejam eles azuis, brancos, pretos, rosas ou de qualquer outra cor" e se declarando contra "qualquer tipo de discriminação".

O episódio aumenta a pressão sobre o Internacional em um momento já crítico. O clube ocupa a 17ª posição no Campeonato Brasileiro, na zona de rebaixamento, e a polêmica ocorre menos de um mês após o então técnico Ramón Díaz ter feito um comentário machista, dizendo que "O futebol é para homens, não é para meninas".

A situação coloca a diretoria colorada em um dilema, tendo que administrar a crise de imagem enquanto busca focar no objetivo primordial na reta final do Brasileirão: evitar o descenso para a Série B.