Heated Rivalry: série gay de hóquei conquista público feminino e viraliza
Série gay de hóquei 'Heated Rivalry' viraliza na internet

Nas últimas semanas, um fenômeno tomou conta das redes sociais e discussões online: a série canadense Heated Rivalry. Baseada no livro homônimo da autora Rachel Reid, a produção narra a história intensa e clandestina de dois jogadores de hóquei, um russo e um canadense, que desenvolvem um romance profundo ao longo dos anos, mesclando sentimento e erotismo de forma explícita.

Um sucesso além do público LGBTQ+

Ao seguir a tendência de séries românticas como Heartstopper, Bridgerton e Young Royals, Heated Rivalry se destacou por não abrir mão de cenas íntimas carregadas, características de romances populares. O interessante é que o apelo da série rapidamente ultrapassou os limites da comunidade LGBTQ+. Uma parte considerável do público é formada por mulheres heterossexuais fascinadas pela dinâmica romântica e erótica entre os dois protagonistas.

Esse alcance amplo foi tão significativo que o assunto chegou ao famoso talk show americano The View, similar a programas como Mais Você ou Encontro. Durante uma conversa, a apresentadora Joy Behar sugeriu que o sucesso se devia ao romance terno entre os personagens. Sua colega de bancada, Ana Navarro, rebateu com humor: “É porque você não viu a série. Fiquei me abanando por dois dias depois de ver o piloto”.

A conexão com culturas e tendências globais

A trama de Heated Rivalry espelha uma tendência já consolidada no mercado japonês de entretenimento. Lá, histórias de romance entre homens são conhecidas como yaoi, e as fãs desse conteúdo são chamadas de fujoshis. Da mesma forma, romances entre mulheres são categorizados como yuri. Esse formato de narrativas românticas e despudoradas cruzou fronteiras e conquistou artistas e público em diversas nações.

Um exemplo paralelo de sucesso no Brasil é o casal Juquinha (Gabriela Medvedovski) e Lorena (Alanis Guillen) na novela Três Graças. O relacionamento das duas personagens foi tão abraçado por fãs estrangeiros que será o centro de uma novelinha vertical nas redes da Globo em 2026, transmitida em paralelo ao folhetim principal de Aguinaldo Silva.

Assim como Heated Rivalry ainda não tem distribuição oficial no Brasil via streaming, a novela também não é transmitida em todos os territórios onde suas fãs estão. No entanto, o público supera essas barreiras através de recortes publicados nas redes sociais e, claro, da pirataria.

Enredo e futuro da série

A história acompanha Shane Hollander (Hudson Williams), um jogador comportado que, aos 17 anos, é seduzido pelo atleta russo Ilya Rozanov (Connor Storrie), bem resolvido com sua bissexualidade apesar das restrições de seu país. Os reencontros em diferentes campeonatos dão origem a encontros íntimos, retratados com detalhes pela produção, até que os dois se apaixonam irremediavelmente.

A primeira temporada teve seu último episódio exibido na sexta-feira, 26 de dezembro de 2025, deixando fãs ansiosos por mais. A série é transmitida pelo streaming Crave no Canadá e pelo HBO Max nos Estados Unidos, mas nenhum serviço anunciou planos de trazê-la ao Brasil até o momento.

Enquanto isso, uma segunda temporada já foi encomendada. O criador Jacob Tierney promete evolução constante, especialmente nas cenas de sexo: “Meu compromisso é fazer o sexo evoluir... seria chato e entorpecente assistir às mesmas cenas de sexo de novo e de novo”. Ele revelou que sua cena favorita é a do sexto e último episódio, por misturar doçura, liberdade e humor.

Tierney garante que as próximas temporadas ainda serão centradas no casal Shane e Ilya. A série de livros de Rachel Reid tem seis romances publicados, com cinco casais gays diferentes, todos envolvendo ao menos um jogador de hóquei. A segunda temporada será baseada no sexto livro, The Long Game, onde Shane e Ilya se preparam para revelar seu romance ao mundo. Ainda não há previsão para o início das filmagens ou estreia.