O ano de 2025 não foi fácil para a televisão aberta brasileira. Enquanto a líder Globo enfrentou seus próprios desafios, as principais concorrentes – SBT, Band e Record – tiveram um desempenho considerado fraco, marcado pela falta de novidades de impacto e por tentativas de reestruturação que não surtiram o efeito desejado. A análise do cenário mostra uma paisagem estática, onde a ausência de inovações bem-sucedidas por parte das emissoras secundárias consolidou ainda mais a posição da Globo no topo da audiência.
Panorama geral: um ano de estagnação
As principais emissoras depois da TV Glovo enfrentaram sérios desafios de audiência em 2025. As mudanças nas grades de programação e as tentativas de inovação não conseguiram capturar a atenção do público como esperado. O resultado foi um cenário de quedas de audiência e reações internas nas empresas, enquanto a televisão aberta como um todo parecia patinar sem conseguir oferecer conteúdos novos e atraentes em larga escala.
SBT: reestruturações sem o impacto esperado
A emissora de Silvio Santos passou por uma série de mudanças em sua programação ao longo do ano, mas nada conseguiu gerar o impacto almejado. A grande aposta era a estreia de The Voice Brasil, programa que migrou da TV Globo sob a direção de Boninho. No entanto, a atração, que já não causava grande comoção em sua casa anterior, não conseguiu se destacar no SBT.
Com cortes no setor de teledramaturgia, a emissora também não fez movimentos para resgatar o sucesso de suas novelas do passado. Curiosamente, um dos momentos de maior destaque do canal foi involuntário: a crítica pública e de tom grosseiro feita pelo cantor Zezé Di Camargo contra as herdeiras de Silvio Santos, por receberem autoridades na inauguração do SBT News. O programa natalino do sertanejo foi cancelado, e o clássico Chaves voltou a ocupar espaço na grade, apostando na nostalgia.
Band: a luta para recuperar a audiência
A Band enfrentou sérios problemas de audiência em 2025. A emissora tentou se recuperar com a estreia de novos programas e a contratação de apresentadores já consagrados, mas não conseguiu reverter a situação de forma consistente. Um ponto positivo isolado foi o Jornal da Band, que registrou um crescimento de 20% em sua audiência após mudanças na programação do SBT, mas esse fôlego não foi suficiente para sacudir os índices gerais do canal.
Entre as tentativas de inovar, a estreia da novela Beleza Fatal no início do ano, mesmo com divulgação tímida, e a edição de Masterchef Celebridades no final do ano foram acenos a um público que demonstrava querer mais conteúdo de qualidade.
Record: estabilidade sem avanços significativos
A Record TV manteve uma posição de estabilidade em termos de audiência, mas sem conseguir expandir sua base de telespectadores ou dar saltos significativos. A emissora não registrou quedas dramáticas, mas também não apresentou grandes inovações. Programas consagrados como Cidade Alerta e Jornal da Record continuaram a ser os carros-chefes de audiência, mantendo o público fiel, porém sem atrair novas levas de espectadores.
A edição mais recente do reality show A Fazenda chamou a atenção pelos recordes de expulsão de participantes, com o comando firme da apresentadora Adriane Galisteu. Mesmo assim, foi um ano de manutenção do status quo para a emissora.
Conclusão: um cenário que pede renovação
A análise do ano de 2025 na TV aberta brasileira deixa claro que, enquanto a Globo enfrentou suas próprias dificuldades, a falta de novidades bem-sucedidas nas outras emissoras foi determinante para a manutenção do cenário de liderança absoluta. As tentativas de SBT, Band e Record, seja com reestruturações, reprises de sucessos do passado ou contratações pontuais, não foram suficientes para alterar a dinâmica do mercado. O público parece aguardar por uma renovação mais ousada e eficaz, que ainda não chegou às grades de programação.
