Juiz de Fora perde Adenilde Petrina: professora, radialista e ícone do movimento negro
Morre Adenilde Petrina, ícone do movimento negro em JF

A cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais, está de luto pela perda de uma de suas figuras mais emblemáticas na luta pela igualdade racial. Adenilde Petrina faleceu aos 83 anos, deixando um legado de décadas dedicadas à educação, à comunicação e ao ativismo do movimento negro.

Uma vida de dedicação à causa antirracista

Nascida em 1942, Adenilde Petrina construiu uma trajetória marcada pelo compromisso com a transformação social. Como professora da rede pública, influenciou gerações de estudantes, sempre trazendo para a sala de aula discussões fundamentais sobre racismo e direitos humanos.

Mas sua atuação ia muito além dos muros da escola. Nas ondas do rádio, Petrina se tornou voz ativa na comunidade através do programa "Vozes da Comunidade", que apresentava na Rádio Catedral. O espaço era dedicado a dar visibilidade às questões raciais e aos talentos da população negra da região.

Pioneirismo e reconhecimento

Adenilde não foi apenas uma ativista, mas uma verdadeira referência no movimento negro de Juiz de Fora. Sua luta começou em um tempo onde falar sobre racismo era ainda mais desafiador, tornando seu trabalho verdadeiramente pioneiro.

Seu compromisso com a causa a levou a participar ativamente de coletivos e organizações que combatiam a discriminação racial e promoviam a cultura afro-brasileira na Zona da Mata mineira.

Legado que permanece vivo

O falecimento de Adenilde Petrina, ocorrido na última quarta-feira, mobilizou as redes sociais, onde amigos, ex-alunos e admiradores compartilharam homenagens emocionadas.

Mensagens destacavam não apenas sua trajetória pública, mas suas qualidades humanas: a generosidade, a inteligência afiada e a capacidade de inspirar todos ao seu redor. Muitos a descreviam como uma "mestra" no sentido mais amplo da palavra.

As informações sobre o velório e sepultamento ainda serão divulgadas pela família, que recebe o apoio e solidariedade de toda a comunidade que teve sua vida tocada por essa mulher extraordinária.

A partida de Adenilde Petrina deixa uma lacuna, mas seu legado de resistência e esperança continua a inspirar novas gerações na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.