Representante brasileira no Miss Universe Trans enfrenta obstáculos
Stephany Fonttine, coroada Miss Universe Trans Brasil 2025 em agosto deste ano, enfrenta desafios para representar o país no campeonato mundial que acontecerá na Índia. A competição internacional está marcada para ocorrer entre os dias 3 e 9 de dezembro, mas a modelo natural do Amazonas ainda não conseguiu o apoio necessário para a viagem.
Falta de apoio institucional e financeiro
De acordo com a coordenação da delegação brasileira, a Secretaria de Cultura do Amazonas negou apoio institucional e financeiro à candidata, mesmo após solicitação formal. A justificativa do órgão público foi que o orçamento anual já está fechado e "não há forma legal de se fazer o repasse sem contrato".
A conquista de Stephany aconteceu durante a final do Miss Universe Trans Brasil (MUT Brasil), realizada em Porto Alegre (RS). Sua trajetória é marcada por superação e defesa da visibilidade trans - ela também foi a primeira rainha de bateria trans do Amazonas.
Impacto social e representatividade
Stephany expressou sua decepção com a falta de reconhecimento: "A minha luta é contra o preconceito, a discriminação e a transfobia. Depois de três tentativas, conquistei o título nacional e o direito de representar o país em um evento mundial. Por isso, esperava, no mínimo, o reconhecimento da importância dessa representatividade para toda a comunidade trans".
Nos últimos dois anos, o Miss Universe Trans Brasil alcançou resultados impressionantes:
- Mais de 30 milhões de pessoas impactadas
- 28 mil acessos em transmissões ao vivo
- 8 prêmios internacionais conquistados
- Brasil se tornou bicampeão de Melhor Direção e Campanha Internacional
Em 2023, o país garantiu um título mundial inédito, ampliando a projeção no debate global sobre diversidade e inclusão. A falta de apoio à Stephany expõe falhas nas políticas culturais e sociais voltadas à diversidade, segundo a coordenação do evento.