
Imagine uma criança negra se reconhecendo pela primeira vez nas páginas de um livro. É exatamente essa magia que uma corajosa escritora quilombola está espalhando pela Bahia — e olha, o resultado é de emocionar qualquer um.
Nascida e criada no Quilombo do Aguiar, em Conceição do Jacuípe, essa mulher extraordinária descobriu na escrita uma ferramenta poderosa de transformação. E que transformação, hein?
Das Raízes às Páginas: Uma Jornada de Autodescoberta
Ela mesma cresceu sem ver sua realidade retratada nos livros. "A gente praticamente não existia nas histórias", conta com uma mistura de nostalgia e determinação. Mas em vez de apenas reclamar — o que seria compreensível —, decidiu mudar essa realidade com as próprias mãos.
Seu primeiro livro infantil nasceu quase por acaso, mas carregado de propósito. E pasmem: aborda temas profundos como racismo e autoestima de uma forma tão delicada que até os menores entendem. É arte pura, se me perguntam.
Mais que Histórias: Ferramentas de Empoderamento
O que essa guerreira das palavras está fazendo vai muito além de contar historinhas. Cada livro é uma semente plantada na mente das crianças — especialmente das crianças negras, que finalmente se veem representadas como protagonistas de suas próprias narrativas.
Nas escolas onde seus trabalhos chegam, os professores relatam mudanças impressionantes. Crianças que antes tinham vergonha de seus cabelos crespos agora os exibem com orgulho. É como se um peso invisível fosse retirado de seus ombros.
O Poder das Palavras na Construção Identitária
O trabalho dela não para por aí. Recentemente, lançou uma obra que explora justamente essa relação entre literatura e formação da identidade negra. E olha que interessante: ela mostra como a falta de representação na infância pode deixar marcas profundas — mas também como a representação positiva pode curar.
"Quando uma criança se vê representada na literatura, algo mágico acontece", explica a autora, com os olhos brilhando. "É como se disséssemos a ela: 'você importa, sua história importa, sua existência é válida'."
E o impacto? Bem, vai muito além das páginas dos livros. Estamos falando de vidas sendo transformadas, de futuros sendo ressignificados.
Um Legado que se Multiplica
O mais bonito de tudo é ver como seu trabalho está inspirando uma nova geração. Jovens de comunidades quilombolas agora veem na literatura um caminho possível — e necessário.
Ela mesma diz que não faz isso sozinha. "Carrego comigo a força dos meus ancestrais", afirma, mostrando que sua escrita é, acima de tudo, um ato de resistência cultural.
No final das contas, o que essa incrível escritora está construindo é muito mais que uma carreira literária. É um movimento silencioso — mas poderosíssimo — de cura coletiva através das palavras.
E pensar que tudo começou com uma mulher, uma caneta e a coragem de contar histórias que precisavam — urgentemente — ser contadas.