O povo Tembé leva sua própria narrativa para o centro das discussões climáticas globais com o lançamento do documentário 'A Transtembé' durante a COP30 em Belém. O filme registra um momento histórico: a retomada da estrada que conecta o norte e o sul do território tradicional desta comunidade indígena.
Resistência e reconquista territorial
Durante décadas, o povo Tembé enfrentou invasões, violência armada e bloqueios impostos por madeireiros e facções criminosas na Terra Indígena Alto Rio Guamá, localizada no estado do Pará. Esta situação de conflito rompeu a circulação entre aldeias e aumentou significativamente a pressão sobre o território tradicional.
A reconquista da estrada se transformou em um marco de autonomia para esta comunidade, representando não apenas o direito de ir e vir, mas também a afirmação de sua soberania territorial e cultural. O documentário captura este processo de resistência e empoderamento.
Exibições e debates na COP30
As exibições do filme acontecerão em três datas estratégicas durante a conferência climática:
- 17 e 18 de novembro - Cine Líbero Luxardo, em Belém
- 20 de novembro - Cinecop BNDES, no pavilhão oficial da conferência
Após cada sessão, haverá conversas com representantes da comunidade Tembé, proporcionando um diálogo direto entre o público e os protagonistas desta história de resistência.
Produção colaborativa e apoio institucional
O documentário é uma realização da Associação Wahy Paw Rupi e da Federação Zane Zeno'og Haw, entidades representativas do povo Tembé. A produção ficou a cargo da Wildlife Works e da Tocha Filmes, com apoio fundamental da Associação Cultural do Estado do Pará.
Esta iniciativa demonstra como as vozes indígenas estão ganhando espaço nas discussões ambientais globais, trazendo perspectivas essenciais sobre conservação, direitos territoriais e justiça climática.
