Tesouro da Nostalgia: Colecionador Reúne Mais de 1.000 DVDs em 20 Anos de Paixão no Interior Paulista
Colecionador tem +1000 DVDs em 20 anos no interior SP

Enquanto o mundo se rendeu ao streaming com um simples clique, um rio-pretense teimoso decidiu nadar contra a corrente. E que corrente! Há exatas duas décadas, ele começou uma jornada que poucos entenderiam hoje — mas que é um verdadeiro baú de tesouros cinematográficos.

Numa casa tranquila de São José do Rio Preto, as prateleiras contam histórias que vão muito além dos filmes. São mais de mil DVDs organizados com um cuidado que beira o religioso — cada capa, cada menu especial, cada extra que a Netflix jamais terá.

O Início de Tudo

Tudo começou em 2005, quase por acaso. "Comprei meu primeiro player de DVD e um filme me marcou tanto que quis tê-lo físico", conta o colecionador, que prefere manter o anonimato. "Mal sabia eu que aquela compra inocente viraria uma obsessão deliciosa."

Dez anos se passaram e a coleção já beirava os 500 títulos. Mas foi na segunda década que a coisa ficou séria mesmo — o acervo simplesmente explodiu, ultrapassando a marca impressionante dos mil DVDs.

Mais Que Números, Memórias

O que impressiona não é só a quantidade, mas a diversidade. Tem de tudo: dos clássicos que todo mundo conhece até aquelas pérolas obscuras que só verdadeiros cinéfilos caçam. E cada um tem sua história — aquele que ele comprou numa viagem, aquele que demorou meses para encontrar, aquele que assistiu com alguém especial...

"As pessoas acham que é só acumular discos", reflete. "Mas na verdade, cada DVD aqui guarda um pedaço da minha vida. É como um diário em forma de filme."

O Ritual Que Persiste

Enquanto o mundo zumba com séries que desaparecem dos catálogos, nosso colecionador mantém seu ritual quase sagrado: ir à locadora (sim, elas ainda existem!), trocar indicações com outros colecionadores, limpar cada disco com aquele pano específico...

"Tem uma magia em colocar o disco no player, esperar o menu carregar, escolher os extras", diz com os olhos brilhando. "É uma experiência que o 'play' instantâneo do streaming matou."

Nostalgia em Estado Puro

Os favoritos? Ah, essa pergunta é cruel. Mas ele confessa fraqueza pelos clássicos dos anos 80 e 90 — aqueles que marcaram gerações. "Tem filmes aqui que simplesmente sumiram do mapa digital", revela. "São tesouros que, sem colecionadores como eu, poderiam ser perdidos para sempre."

E o futuro? "Enquanto houver DVD para comprar e espaço na parede, a coleção cresce", brinca. "É meu museu pessoal, minha cápsula do tempo. E quem vier visitar sempre sai com uma recomendação — e um novo olhar sobre o que significa realmente 'possuir' um filme."

Numa era de conteúdo descartável, essa coleção no interior paulista prova que algumas paixões simplesmente não têm data de validade. E que, às vezes, o que parece antiquado pode ser justamente o que nos conecta com o que há de mais valioso: nossas próprias histórias.