Três Graças: Polêmica religiosa sobre regeneração de criminosos
Três Graças e polêmica sobre regeneração religiosa

A nova novela das nove da TV Globo, Três Graças, mergulhou em um dos temas mais controversos da sociedade brasileira: a regeneração de criminosos através da conversão religiosa. Escrita por Aguinaldo Silva, a trama aborda essa delicada questão através da história do personagem Jorginho Ninja, vivido por Juliano Cazarré.

O passado criminoso de Jorginho Ninja

O personagem tem um histórico violento que inclui ter sido chefe do tráfico na Chacrinha e cometido graves crimes contra sua ex-namorada. Jorginho se envolveu com Gerluce (Sophie Charlotte) quando ela ainda era adolescente e mentiu sobre ter abandonado o mundo do crime.

A relação abusiva se intensificou quando Gerluce engravidou. Jorginho não apenas se voltou contra a jovem, como a manteve em cárcere privado e fez intensa pressão psicológica para que ela abortasse a criança. Esses traumas do passado explicam porque Gerluce, agora cuidadora, nunca revelou à filha Joélly (Alana Cabral) a identidade do pai.

A conversão religiosa na prisão

Com uma extensa ficha criminal, Jorginho passou anos na cadeia, onde conheceu o pastor Albérico (Enrique Diaz). Durante o período de reclusão, o religioso se tornou seu confidente e guiou sua transformação espiritual.

Incentivado pelo pastor, Jorginho se converteu ao protestantismo e declarou ter "entregado sua vida a Deus". O pastor Albérico defende fervorosamente a mudança genuína do ex-criminoso, argumentando que já viu muitas pessoas usando a religião superficialmente, mas que não é o caso de Jorginho.

O difícil caminho do perdão

Enquanto o pastor defende a regeneração de Jorginho e uma segunda chance, alegando que ele já cumpriu sua pena e que apenas Deus pode julgar seus atos, Gerluce e sua mãe se recusam a acreditar na mudança. Elas não cogitam perdoar o criminoso pelas violências cometidas no passado.

O reencontro inesperado entre Gerluce e Jorginho foi tão traumático para a cuidadora que ela desmaiou de desespero ao ver o homem que tanto a machucou. A cena ocorreu pouco mais de um mês após a estreia da novela, em 24 de novembro de 2025.

Uma discussão que reflete a realidade

A polêmica levantada por Três Graças reproduz um debate real que divide não apenas fiéis, mas a sociedade como um todo. De um lado estão os que apontam hipocrisia na conversão de criminosos violentos, do outro os que defendem a regeneração por meio da fé.

Aguinaldo Silva, conhecido por não fugir de temas polêmicos em suas novelas, coloca o espectador diante de questionamentos profundos sobre redenção, perdão e a possibilidade real de transformação humana. A trama promete explorar ainda mais esse vespeiro religioso nos próximos capítulos.