Um dos filmes mais icônicos da contracultura dos anos 1970 está prestes a completar cinco décadas de existência. The Rocky Horror Picture Show, o musical que mistura terror, rock e revolução sexual, retorna às salas de cinema brasileiras em 13 de novembro de 2025, marcando seu aniversário de 50 anos com uma celebração nacional.
A sequência que quase ninguém conhece
Enquanto o filme original continua conquistando novas gerações de fãs, poucos sabem que a produção ganhou uma continuação nada convencional. Shock Treatment, lançado em 1981, foi a tentativa dos roteiristas Jim Sharman e Richard O'Brien de expandir o universo absurdo criado em Rocky Horror.
Diferente do que se tornou comum em Hollywood hoje em dia, a sequência optou por um caminho completamente novo. Dos personagens originais, apenas Brad e Janet retornam, agora interpretados por Cliff DeYoung e Jessica Harper no lugar de Barry Bostwick e Susan Sarandon.
Uma trama visionária sobre reality shows
A história de Shock Treatment coloca o casal já married em uma situação peculiar: eles ficam presos dentro de um reality show competitivo patrocinado por uma marca de fast food. Enquanto Brad é descartado pelos produtores, Janet é transformada em uma potencial estrela da televisão.
O filme se destaca por sua sátira ao sistema publicitário americano, apresentada através de cores vibrantes, cenários artificiais e novas músicas compostas por Richard O'Brien e Richard Hartley. Curiosamente, a produção antecipou a febre dos reality shows que dominaria a televisão anos depois.
Por que o filme fracassou?
Apesar das ambições criativas, Shock Treatment não agradou críticos nem público na época de seu lançamento. O projeto sofreu com comparações inevitáveis com o sucesso do primeiro filme e enfrentou diversas mudanças de última hora durante as filmagens.
O resultado foi um fracasso comercial que impediu seu lançamento oficial no Brasil e condenou a produção ao esquecimento por muitos anos. Contudo, nas décadas seguintes, o filme vem sendo redescoberto como uma curiosidade cinematográfica e apreciado por sua visão premonitória.
As conexões com o filme original
Entre os pontos positivos destacados pelos fãs está o retorno de Richard O'Brien e Patricia Quinn, que interpretaram Riff Raff e Magenta no filme original. A presença de Jessica Harper também chama atenção, já que a atriz era conhecida por outros clássicos da época como O Fantasma do Paraíso (1974) e Suspiria (1977).
Vale ressaltar que Shock Treatment não foi a primeira ideia para uma sequência. Richard O'Brien havia escrito um roteiro chamado Rocky Horror Shows His Heels, onde personagens mortos no original ressuscitariam e Janet estaria grávida de Frank-n-Furter. O projeto não avançou porque Tim Curry não quis retornar ao papel icônico.
O legado de Rocky Horror no Brasil
Além de ser um simples filme, The Rocky Horror Picture Show se tornou um fenômeno cultural que simboliza transgressão e liberdade de expressão. No Brasil, o projeto Sombrios promove sessões especiais em São Paulo e Rio de Janeiro desde 2015, onde um elenco teatral recria as ações do filme em frente à tela e o público é convidado a interagir.
O retorno do clássico aos cinemas em novembro de 2025 promete reviver a magia que há cinco décadas encanta, choca e inspira diferentes gerações com suas músicas inesquecíveis como Time Warp e Touch-a Touch-a Touch-a.