Miá Mello fala sobre maternidade real em novo filme 'Mãe Fora da Caixa'
Miá Mello abre o coração sobre maternidade em novo filme

O cinema brasileiro ganhou um novo retrato sobre a maternidade com o lançamento de 'Mãe Fora da Caixa', filme que chegou aos cinemas de todo o país nesta quinta-feira, 27 de novembro. Protagonizado por Miá Mello e Danton Mello, a produção dirigida por Manuh Fontes promove uma reflexão honesta e desromantizada sobre os desafios de ser mãe.

Uma história que ressoa com a realidade

Inspirado no best-seller de Thaís Vilarinho, o longa acompanha a jornada de Manu, interpretada por Miá Mello, uma mulher trabalhadora e controladora que vê sua vida transformada completamente com a chegada da primeira filha. A trama explora com humor e sensibilidade as noites em claro, a culpa constante e as dificuldades de conciliar casamento e autocuidado.

Em entrevista exclusiva, Miá Mello revelou como suas próprias experiências maternas se conectaram com a personagem. "Quando eu tive a Nina, minha primeira filha que hoje tem 16 anos, ela nasceu de parto normal e com o cenho todo franzido", compartilhou a atriz. "Eu bati o olho e foi uma sensação muito estranha, quase como um estranhamento do bebê que estava ali nascendo. Acho que eu idealizava muito uma coisa".

Os desafios por trás das câmeras

Para a diretora Manuh Fontes, o maior desafio na realização do projeto foi a decisão de trabalhar com bebês reais. "90% das cenas eram com bebês, havia momentos em que eles riam, choravam, sofriam e diversas situações aconteciam", explicou. "Um bebê não é um ator pronto que você chega, dirige e diz como que as coisas vão acontecer".

A produção precisou criar toda uma estrutura especial para acomodar as necessidades dos pequenos atores, incluindo preparação específica e atenção à energia individual de cada criança, o que acabou enriquecendo a temperatura emocional do filme.

Maternidade além dos estereótipos

Miá Mello, que já interpreta a peça teatral de 'Mãe Fora da Caixa' há seis anos, destaca a importância contínua de discutir o tema. "Eu converso com diversas mães na peça e sempre costumo perguntar: 'Quem aqui está saindo pela primeira vez sem o bebê?' E em 95% das vezes elas saíram de casa deixando absolutamente tudo organizado", relata.

Para a diretora Manuh Fontes, o filme transcende a discussão sobre maternidade. "Mãe Fora da Caixa não é um filme só sobre maternidade. Ele é um filme sobre humanidade, porque a sociedade coloca a maternidade dentro de caixas", reflete. "O mundo idealiza o papel da mulher, ela é a cuidadora, tem que estar sempre plena e romantizar esse momento, enquanto, na verdade, a maternidade é linda, bonita e amorosa, mas ela também é dolorida, traz medo e solidão".

Ambas as artistas concordam que a obra serve como um importante instrumento de diálogo sobre um tema feminino que foi silenciado por muito tempo ou contado predominantemente por perspectivas masculinas. O filme se propõe a ilustrar o que realmente significa esse momento revolucionário na vida de uma mulher e de uma família, mostrando tanto o caos quanto a delícia do puerpério.