Os cinemas brasileiros recebem nesta quinta-feira, 20 de novembro de 2025, uma nova interpretação do lendário Silvio Santos. Leandro Hassum assume o papel do apresentador no filme Silvio Santos Vem Aí, gerando inevitáveis comparações com a performance de Rodrigo Faro em Silvio, lançado em setembro de 2024.
Dois filmes, duas abordagens diferentes
Enquanto o filme estrelado por Rodrigo Faro optou por um enfoque sensacionalista - usando o sequestro midiático da filha Patrícia Abravanel como ponto central -, a produção com Hassum escolheu um caminho mais sóbrio. Silvio Santos Vem Aí se concentra em um momento específico da vida do comunicador: o ano de 1989, quando Silvio Santos decidiu se candidatar à presidência da República.
O contexto histórico é fundamental para entender a narrativa. Após o fim da ditadura militar, o Brasil se preparava para eleger seu presidente de forma direta. Silvio Santos, já consagrado como um dos maiores comunicadores do país, surpreendeu a todos ao entrar na disputa presidencial contra nomes como Fernando Collor, Luiz Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola.
A trama do novo filme
No longa protagonizado por Hassum, acompanhamos a personagem Marília, interpretada por Manu Gavassi. Ela é uma funcionária de agência de publicidade que tem apenas 15 dias para descobrir tudo sobre Silvio Santos e usar sua autenticidade como força motora da campanha eleitoral.
Curiosamente, Hassum interpreta um Silvio Santos quase coadjuvante em sua própria história - uma personalidade misteriosa que precisa ser desvendada pela protagonista dentro do clima acirrado da disputa política.
A batalha das interpretações
A escolha do roteiro parece ter beneficiado significativamente Leandro Hassum. Enquanto Faro precisava representar múltiplas facetas do apresentador - Silvio vítima de sequestro, Silvio pai e Silvio empresário -, Hassum pôde explorar um lado mais reservado e introspectivo do personagem.
Os críticos apontam que a caracterização de Faro com maquiagem e peruca chegava a ser ridícula, enquanto Hassum conseguiu uma representação mais verossímil do comunicador longe dos holofotes e do personagem caricato que todos conhecem dos programas de TV.
O veredito final
Ambos os filmes tentam construir uma imagem praticamente intocada de Silvio Santos como alguém que não se importa com poder ou dinheiro, sendo endeusado por familiares e funcionários. Entretanto, quando o assunto é performance, o filme recém-lançado sai na frente.
A oportunidade de viver um Silvio Santos mais sóbrio nos bastidores da própria vida deu a Hassum vantagem sobre Faro, que não conseguiu convencer em nenhuma das facetas que precisou representar. Na disputa cinematográfica pelo melhor Silvio Santos, Leandro Hassum leva a melhor.
