O cenário cultural do Rio de Janeiro recebe neste sábado, 6 de dezembro, um marco histórico para a inclusão e representatividade no teatro brasileiro. Meu Amor É Cego se consolida como a primeira comédia romântica totalmente escrita e protagonizada por artistas com deficiência visual, trazendo uma narrativa fresca e necessária sobre amor e acessibilidade.
Um marco na representatividade artística
Sob a direção de Bel Kutner, o espetáculo apresenta o casal Carol e Pedro, interpretados respectivamente por Sara Bentes e Jeffinho Farias. A trama acompanha o cotidiano do casal, que navega pelas diferenças de temperamento e pelas falhas na inclusão social, transformando as dificuldades em momentos de humor e reflexão.
O que poderia ser um drama sobre limitações se torna uma celebração da vida através da comédia. "E por que não falar de amor? É algo que todo mundo se identifica de alguma forma. E por que não usar a comédia, que alivia qualquer desconforto?", questiona a atriz Sara Bentes, destacando a abordagem leve e universal da peça.
Acessibilidade como protagonista
O espetáculo vai além do conteúdo temático e incorpora a acessibilidade em sua estrutura. Meu Amor É Cego oferece uma experiência inclusiva completa com:
- Audiodescrição transmitida por fones individuais
- Abafadores de som para pessoas neurodivergentes
- Tradução em Libras
- Piso tátil para orientação dos atores no palco
Esses recursos garantem que o teatro seja acessível para todos os públicos, estabelecendo um novo padrão para produções culturais no Brasil.
Luta por representatividade e direitos
Além do entretenimento, a peça carrega uma importante mensagem política sobre o protagonismo de pessoas com deficiência nos espaços de criação e decisão. Jeffinho Farias reforça este compromisso: "A gente batalha para que as pessoas com deficiência tenham acesso aos produtos culturais e também produzam eventos como este".
A obra já percorreu as regiões de São Gonçalo e Tanguá, encerrando sua temporada com apresentações na sexta-feira (5) em Itaboraí, na Praça Marechal Floriano Peixoto, e no sábado (6) na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca.
Os ingressos estão disponíveis a preços populares de R$ 20 (meia-entrada) e R$ 40 (inteira), podendo ser adquiridos pelo site da Sympla ou diretamente na bilheteria da Cidade das Artes. A classificação é de 12 anos.
A diretora Bel Kutner celebra a oportunidade: "Estou tendo a honra de dirigir esses dois atores maravilhosos", em uma produção que promete deixar sua marca no cenário teatral brasileiro como um divisor de águas na representatividade artística.
