Retorno da tradição centenária
A Prefeitura de Taubaté anunciou o religamento da sirene histórica do Edifício Félix Guisard, conhecido popularmente como Prédio da CTI ou Prédio do Relógio. O instrumento sonoro, que faz parte da identidade da cidade, voltou a funcionar nesta quarta-feira (19) após um período de silêncio.
MP-SP havia solicitado desligamento temporário
O desligamento temporário da sirene ocorreu por solicitação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). A medida foi tomada após uma reclamação de uma moradora do município, levando o órgão a avaliar uma possível redução do volume do equipamento.
A administração municipal informou que continua estudando medidas para diminuir o som da sirene e evitar incômodos à população. No entanto, o religamento foi realizado devido aos numerosos pedidos de outros moradores que valorizam a tradição representada pelos toques.
Horários históricos mantidos
A sirene da CTI continua tocando nos quatro horários tradicionais que marcam o ritmo da cidade:
- 8 horas
- 12 horas
- 14 horas
- 18 horas
Patrimônio industrial brasileiro
O som da sirene do relógio é um dos principais símbolos de Taubaté desde 1895, representando um marco do período têxtil do Brasil e da revolução industrial no país. O edifício abrigava a Companhia Taubaté Industrial (CTI), fundada em 1891 e tendo Felix Guisard como figura principal.
Originalmente, o sinal sonoro tinha a função prática de marcar os horários de entrada, almoço, retorno e saída dos funcionários da empresa têxtil. Apesar da CTI ter encerrado suas atividades em 1983, a tradição da sirene foi mantida pela população como parte do patrimônio cultural da cidade.
Interrupções ao longo dos anos
Ao longo de sua história centenária, a sirene registrou apenas pequenas pausas por problemas técnicos, sendo a mais recente em 2019. Desta vez, a interrupção foi motivada por questões administrativas, mas a pressão popular garantiu o retorno do símbolo sonoro que há mais de um século integra o cotidiano dos taubateanos.
A prefeitura mantém o compromisso de equilibrar a preservação da tradição com o conforto dos moradores, buscando soluções técnicas que permitam a continuidade desta importante manifestação do patrimônio industrial paulista.