Interdição mantida por risco estrutural
A Prefeitura de Macapá decidiu manter a interdição do Shopping Popular do centro da cidade após um laudo técnico da Defesa Civil municipal identificar falhas graves na fundação e risco de desabamento. A medida afeta diretamente 121 empreendedores do shopping e outros 44 feirantes que trabalhavam na feira do caranguejo, localizada atrás do prédio.
Processo de realocação iniciado
Os trabalhos de retirada dos comerciantes começaram na terça-feira (25) e seguem com o apoio da administração municipal. A secretária de Trabalho e Desenvolvimento Econômico de Macapá, Marciane Costa, afirmou que a decisão foi tomada em conjunto com os empreendedores e que a prefeitura está oferecendo suporte logístico, incluindo caminhões para o transporte das mercadorias.
"Decidimos manter a interdição por causa do risco iminente. Estamos garantindo apoio no diálogo e na logística", declarou a secretária.
Os lojistas serão transferidos para uma estrutura provisória na rua Coaracy Nunes, enquanto os feirantes ocuparão um espaço na rua Rio Maracá, entre as avenidas São José e Beira Rio.
Preocupação dos comerciantes
O comerciante Eldo Almeida expressou sua preocupação com o timing da interdição, que coincide com o período de maior movimento no comércio devido às festas de fim de ano.
"É o mês que a gente espera tanto para vender, e acontece isso, é muito triste. A gente espera que eles articulem o mais rápido possível um benefício para a gente, pois estamos desde quinta-feira sem trabalhar", lamentou o empreendedor.
A prefeitura informou que está articulando uma ajuda de custo para reparar os danos sofridos pela interdição, mas o projeto ainda está em análise.
Divergência entre órgãos
O secretário de Obras de Macapá, Cássio Cruz, explicou que o laudo preliminar apontou problemas sérios na alvenaria e na fundação dos pilares. Imagens mostram rachaduras nas paredes do prédio, que foi inaugurado em 2021.
"O shopping vinha apresentando problemas estruturais que se agravaram no último mês. Há falhas na alvenaria, nos pilares e na fundação, indicando divergência entre projeto e execução", afirmou Cruz.
Entretanto, em um vídeo publicado nas redes sociais do Corpo de Bombeiros no sábado (22), o tenente-coronel Sanches, engenheiro e mestre em estruturas, apresentou uma avaliação diferente.
"Nós, do Corpo de Bombeiros, após a análise técnica da edificação, observamos que não há necessidade, não há motivo de pânico, não há necessidade de interdição. A edificação está segura", declarou o militar.
Ele acrescentou que o prédio apresenta apenas desgaste natural e está sendo monitorado pela corporação.
Próximos passos
Apesar da posição do Corpo de Bombeiros, o laudo emitido pela Defesa Civil municipal prevalece e a interdição segue mantida. Reuniões técnicas devem ser realizadas para debater o futuro do espaço e definir as medidas necessárias para garantir a segurança do local.
O aviso de interdição foi protocolado na quinta-feira (20) e passou a valer na sexta-feira (21), deixando os comerciantes em uma situação de incerteza às vésperas do período mais lucrativo do ano.