Um dos símbolos mais emblemáticos da paisagem urbana de Feira de Santana, a Caixa d’Água do Tomba, acaba de dar um passo decisivo para se tornar oficialmente um bem cultural protegido do município. A Câmara Municipal aprovou, de forma unânime, na manhã da última quinta-feira (4), o projeto de lei que concede o título de patrimônio cultural à peculiar estrutura.
Votação unânime e próximos passos
A decisão histórica foi tomada através do Projeto de Lei 09/2025, de autoria do vereador e presidente da Casa, Marcos Lima (União Brasil). Com a aprovação dos parlamentares, a proposta agora segue para a mesa do prefeito José Ronaldo, que deverá analisar a sanção da lei. A expectativa é que o tema seja discutido ainda na próxima semana, durante uma sessão dedicada.
Localizada no bairro que lhe dá nome, a Caixa d’Água do Tomba é um verdadeiro cartão-postal da segunda maior cidade da Bahia. Sua arquitetura única, que remete ao formato de um disco voador, sempre despertou a curiosidade e o afeto tanto dos moradores locais quanto dos visitantes que passam pela região.
Um marco da história e da engenharia
A construção do reservatório remonta à década de 1980, período em que o feirense João Durval Carneiro ocupava o cargo de governador do estado. A obra fez parte do ambicioso Sistema de Abastecimento de Água do Paraguaçu e, em sua época, era considerada um dos maiores e mais modernos reservatórios elevados de todo o país.
Atualmente desativada para sua função original, a estrutura se mantém de pé como uma referência histórica e afetiva para a cidade. Suas dimensões impressionam: são 30 metros de altura no total, sendo 20 metros referentes às colunas de sustentação e 10 metros correspondentes ao tanque propriamente dito. A capacidade de armazenamento era de impressionantes 13.900 metros cúbicos de água.
Detalhes da construção
A implantação do equipamento foi um processo meticuloso. A prefeitura relata que a construção do reservatório, modelado em ferro e concreto, foi realizada por uma equipe de operários que trabalhou ao lado dos pilares. Após a conclusão da "caixa", veio a complexa etapa de sua elevação até a posição final. Esse feito foi realizado com o auxílio de quatro potentes macacos hidráulicos de fabricação alemã, tecnologia de ponta para a época.
O reconhecimento como patrimônio cultural não apenas homenageia o passado, mas também garante a preservação deste ícone para as futuras gerações, consolidando sua importância na memória e na identidade visual de Feira de Santana.