Um quati ruivo resgatado pelo Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) conquistou o coração do público e virou a mais nova atração do Bosque Rodrigues Alves, em Belém. Batizado de Nando, em homenagem ao cantor Nando Reis, o animal passou por um longo processo de reabilitação após ser encontrado com fraturas nos membros posteriores e agora vive saudável no espaço, que promove educação ambiental no coração da capital paraense.
Resgate e apadrinhamento surpresa
O quati chegou ao Bosque Rodrigues Alves ainda filhote, no início deste ano. Ele foi resgatado pelo BPA apresentando um comportamento quieto e fraturas nos dois membros posteriores, o que limitava severamente sua locomoção. A equipe do Bosque, incluindo a veterinária Amanda Simões, iniciou imediatamente um protocolo de medicação e fisioterapia.
Após meses de cuidados dedicados, o animal se recuperou completamente, recuperando a capacidade de escalar e interagir. Durante esse período, os servidores do local, que são fãs do músico Nando Reis, decidiram batizar o quati com o nome do artista. A iniciativa se transformou em um apadrinhamento oficial quando o cantor aceitou o convite.
A diretora do Departamento de Gestão de Áreas Especiais (DGAE), Ellen Eguchi, gravou um vídeo agradecendo ao músico. “Todo mundo aqui é muito teu fã, e por isso colocou esse nome nesse rapaz. Estamos muito felizes que tu aceitaste ser padrinho aqui do Bosque Rodrigues Alves, na Amazônia, desse cara”, disse ela.
Reação emocionada do cantor e nova vida no Bosque
Nando Reis, ex-integrante dos Titãs com carreira solo consolidada, reagiu com surpresa e emoção nas redes sociais. Em um vídeo que viralizou, ele afirmou: “Eu nunca recebi uma homenagem que me engrandecesse tanto como ser de um quati ruivo batizado com o meu nome. Já sou padrinho, quero conhecer o meu afilhado. Eu amo o Bosque Rodrigues Alves, vou a Belém desde os anos 80”.
Por estar muito acostumado à presença humana após o resgate e a reabilitação, Nando não pode ser devolvido à natureza. Ele agora vive em um recinto ao lado de outros quatis resgatados, como Duque e Artemis. Sua história serve como um poderoso instrumento de conscientização para os visitantes sobre os desafios da proteção à fauna silvestre urbana.
A importância do quati ruivo e do Bosque Rodrigues Alves
O quati ruivo é um mamífero selvagem, parente do guaxinim, reconhecido pelo focinho alongado e pela cauda anelada. Um adulto mede entre 40 e 65 cm de corpo, com cauda de até 69 cm, e pode pesar de 3 a 10 kg. Sociável, curioso e de hábitos diurnos, ele vive em grupos e sua dieta inclui frutas, flores, ovos, insetos e pequenos vertebrados.
Sua função ecológica é crucial: atua como dispersor de sementes, contribuindo diretamente para a regeneração das florestas. A espécie é encontrada em quase todo o Brasil, mas enfrenta ameaças de extinção em partes do Rio Grande do Sul. A história de Nando exemplifica a importância de centros de conservação dentro de áreas urbanas.
O Bosque Rodrigues Alves, que completou 142 anos, é um refúgio vital na metrópole. Em seus 15 hectares, abriga mais de 10 mil árvores de 300 espécies nativas, mantendo mais de 80% de área verde. O espaço serve de lar para aproximadamente 430 animais resgatados por órgãos como Ibama, BPA, Semma e Semas.
O local é um polo de educação ambiental, recebendo escolas, pesquisadores e uma média de 20 mil visitantes por mês. Funciona de quinta a domingo, das 8h às 16h. A entrada custa R$ 2,00, com gratuidade para crianças até 6 anos, idosos e pessoas com deficiência. Crianças de 7 a 12 anos pagam meia-entrada, e o último domingo de cada mês tem entrada gratuita para todos.