Pescador quase é mordido por jacaré ao salvar amigo em ataque no AM
Jacaré ataca pescadores no Rio Paxiúba, no Amazonas

O que prometia ser um dia tranquilo de pescaria se transformou em uma cena de puro suspense e coragem para dois amigos no coração da Amazônia. Anderson Guedes, natural de Rondônia, e Bruno Borsari tiveram um encontro aterrorizante com um jacaré enquanto pescavam no Rio Paxiúba, no estado do Amazonas. A situação, que poderia ter terminado em tragédia, foi contornada por um ato heroico e uma estratégia arriscada.

O momento do susto no rio isolado

Os dois pescadores estavam em uma área de mata isolada e haviam se separado para tentar a sorte em pontos diferentes. Bruno subiu em uma pedra para lançar sua isca, enquanto Anderson decidiu entrar na água para buscar um local mais propício. Foi nesse instante de distração que o perigo emergiu das águas escuras do rio.

Bruno foi o primeiro a avistar o réptil se aproximando rapidamente. Sem ter para onde correr, pois já estava em cima da pedra, ele gritou por socorro. O jacaré avançava em sua direção, deixando-o em uma posição extremamente vulnerável. Foi quando Anderson, percebendo o desespero do amigo, tomou uma decisão instantânea e perigosa.

A estratégia perigosa para salvar o amigo

Com o objetivo de desviar a atenção do animal, Anderson começou a bater com força na água, criando um barulho intenso. Sua intenção era clara: atrair o jacaré para si, afastando-o de Bruno, que estava encurralado. Em seu relato, Anderson demonstra a lógica por trás do ato de bravura. “Eu sabia que com o barulho ele viria na minha direção. Preferia muito mais que viesse para cima de mim do que atacasse ele”, contou o pescador.

A tática funcionou. O jacaré mudou sua rota abruptamente e começou a se dirigir para Anderson. No momento crítico de tentar sair da água, o pescador enfrentou mais um obstáculo: seu chinelo ficou preso na areia do fundo do rio. O animal, aproveitando a lentidão do movimento, avançou e mordeu o calçado, chegando perigosamente perto do pé de Anderson.

“Ele ficou me encarando, eu encarei de volta. Depois se afastou, mas continuou por perto, observando a gente”, descreveu Anderson sobre o tenso momento que se seguiu ao ataque frustrado. Por sorte, ninguém saiu ferido do susto, mas a lembrança do olhar do predador ficou marcada.

O alerta dos especialistas sobre a convivência com a fauna

O biólogo Flávio Terassini foi consultado sobre o incidente e reforçou a necessidade de extremo cuidado em ambientes naturais como o Rio Paxiúba. Segundo ele, a simples exposição de partes do corpo fora da segurança de uma embarcação já pode representar um risco considerável.

Terassini explica que os jacarés, como muitos animais selvagens, agem por instinto de defesa. “Se você ver um bicho desse, não se aproxime. Ele pode atacar para se defender, e a defesa dele pode ser mordida ou até rabada”, alertou o especialista. O risco de um ataque aumenta significativamente quando o animal se sente ameaçado ou encurralado, situação que pode ter ocorrido no encontro com os pescadores.

A recomendação principal dos biólogos é sempre manter uma distância segura e permitir que o animal siga seu caminho. A intervenção humana, mesmo bem-intencionada como a de Anderson, pode agravar a situação e colocar mais vidas em perigo. O episódio serve como um lembrete poderoso de que, na natureza, o respeito e a cautela devem sempre prevalecer sobre a aventura.