A costa da Região Metropolitana de São Luís registrou mais um caso trágico envolvendo a fauna marinha. Um golfinho foi encontrado morto na Praia do Araçagi nesta segunda-feira, dia 1°. O incidente acende um alerta ambiental, pois se trata do segundo animal marinho a aparecer sem vida na orla em menos de 48 horas.
Dois casos em menos de dois dias
O corpo do golfinho foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros, que o encaminhou para um instituto de pesquisa e conservação de animais marinhos do estado. O objetivo é tentar determinar as causas da morte.
Pouco antes, no domingo, 30, uma tartaruga da espécie cabeçuda foi encontrada morta na Praia do Calhau, também em São Luís. O animal apresentava marcas de sangue. De acordo com relatos de testemunhas, a tartaruga teria sido descartada em uma caçamba de lixo, mas a equipe de limpeza da capital ainda não se pronunciou oficialmente sobre essa situação.
Ambientalista aponta causas e riscos
O geógrafo e ambientalista Denisson analisou os casos e destacou os principais perigos que os animais marinhos enfrentam na região. A pesca e o tráfego de embarcações são apontados como as causas mais comuns de morte. Muitas vezes, golfinhos e tartarugas acabam presos em redes de pesca ou sofrem colisões com barcos.
Além disso, Denisson chamou a atenção para outra ameaça silenciosa e constante: os resíduos sólidos, especialmente plásticos e microplásticos. Esses materiais, quando ingeridos ou causando emaranhamento, representam um grande desafio para a preservação das espécies.
"A nossa costa tem uma grande atividade pesqueira, e muitas vezes essas espécies acabam sendo pegas nas redes de pesca ou colidem com embarcações", explicou o especialista. "O impacto do lixo, especialmente o plástico, é um grande desafio. A morte desses animais traz à tona a importância de ações para proteger o meio ambiente e a fauna marinha".
Busca por respostas e conscientização
Os dois incidentes consecutivos levantaram questionamentos sobre as medidas de proteção e o descarte adequado dos animais. O g1 entrou em contato com a Prefeitura de São Luís para obter um posicionamento sobre o caso da tartaruga no Calhau, mas não recebeu retorno até o momento da publicação desta reportagem.
As ocorrências servem como um triste lembrete da vulnerabilidade da vida marinha e da necessidade urgente de:
- Fiscalização e regulamentação mais rígidas das atividades pesqueiras.
- Conscientização sobre o descarte correto de lixo, principalmente plásticos.
- Investigação e monitoramento contínuos para entender e mitigar os impactos humanos nos ecossistemas costeiros.
A morte do golfinho no Araçagi e da tartaruga no Calhau não são apenas números isolados, mas sinais de um problema ambiental que demanda atenção imediata de autoridades e da sociedade.