Dupla canina do 8º Baep domina competição sul-americana
As cadelas policiais Kira e Ravena, do 8º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) de Presidente Prudente, escreveram seus nomes na história do Campeonato Sul-Americano de Cães de Trabalho de 2025. As duas conquistaram seis títulos de primeiro lugar durante cinco dias de competição intensa em Goiânia, entre os dias 17 e 21 de janeiro.
Vitória histórica marca despedida de Kira
Para a cadela Kira e seu condutor, cabo José Roberto Vesco, esta foi uma competição especialmente significativa. Kira se aposentou das competições após conquistar o primeiro lugar na prova de faro, categoria considerada essencial para o trabalho policial cotidiano.
"Estou aposentando a Kira das competições e, para nós, faltava uma premiação no faro, que é o nosso dia a dia. Então, para mim é essencial essa premiação que tivemos", comemorou o cabo Vesco em entrevista ao g1.
O desempenho de Kira na prova de faro foi extraordinário: ela completou o percurso e localizou uma pessoa escondida em menos de cinco segundos, demonstrando toda a experiência acumulada em seus seis anos de vida.
Trajetória de sucesso e novo capítulo
Kira foi treinada desde os 45 dias de vida e participou de quatro campeonatos ao longo de sua carreira - um municipal e três edições do Sul-Americano entre 2023 e 2025. Sempre obteve colocação de destaque em todas as competições que disputou.
Agora, a cadela se dedica a um projeto social importante: atua como cãoterapeuta no Hospital de Esperança, levando conforto e afeto para pacientes com câncer. "Ela tem muita vitalidade para competir, mas eu quero poupá-la e focar no projeto que a gente está fazendo no Hospital de Esperança, que está indo muito bem", explicou seu condutor.
Ravena e a cabo Belasco: representatividade feminina
Do outro lado da equipe vitoriosa, a cabo Simone Belasco e sua parceira canina Ravena fizeram história à sua maneira. Belasco foi a única policial mulher competindo este ano e trouxe quatro troféus de primeiro lugar para o batalhão.
"Esse ano a gente realmente foi para competir, tentar alguma premiação, e a gente vê muito poucas mulheres competindo. Eu acho que deveriam ter mais mulheres, existem muitas mulheres boas como adestradoras", destacou a cabo.
Esta foi apenas a segunda competição da dupla, que havia participado do campeonato sul-americano de 2024 para ganhar experiência. Ravena, que começou seu treinamento aos 60 dias de vida e hoje tem quatro anos e meio, deve continuar competindo ao lado de Belasco em futuros campeonatos.
Resultados que impressionam
As duas duplas do 8º Baep conquistaram os seguintes títulos:
- 1º lugar em Obediência – Cb Belasco e Ravena
- 1º lugar em Guarda/Proteção – Cb Vesco e Kira
- 1º lugar em Ambiente Externo – Narcóticos – Cb Belasco e Ravena
- 1º lugar em Veículos – Narcóticos – Cb Belasco e Ravena
- 1º lugar em Bagagem – Narcóticos – Cb Vesco e Kira
- 1º lugar Geral – Narcóticos – Cb Belasco e Ravena
Trabalho que transcende as competições
As conquistas no campeonato refletem a qualidade do trabalho desenvolvido diariamente pela corporação. Estes não são cães treinados exclusivamente para competição, mas animais que atuam no combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas nacional e internacional.
"Eles não são cães treinados para a competição, são cães que a gente opera no dia a dia. Quando a gente submete esses cães a uma competição e eles vão bem, a gente percebe que está fazendo um bom trabalho e está no caminho certo. Isso, na verdade, quem ganha é a sociedade", reforçou a cabo Belasco.
Rotina de treinamento especializada
Os cães policiais do 8º Baep seguem uma rotina rigorosa de treinamento baseada no regime militar de 12 horas por 36 horas. Os 16 cães do batalhão são treinados em dias alternados, com 24 horas de descanso entre as atividades.
As sessões de treino não têm horário fixo para terminar, variando conforme a condição física de cada animal e podendo ser interrompidas a qualquer momento para missões policiais reais.
Segundo o regulamento do Canil da Polícia Militar, os cães policiais se aposentam aos 10 anos, ou antes disso caso os adestradores identifiquem necessidade.