Aos 67 anos, Carlos Alberto Vettorazzi encontrou na aposentadoria o tempo perfeito para dedicar-se às paixões que cultivou desde a infância: observação da natureza, pesca e fotografia. Com uma vida intimamente ligada ao ambiente rural, ele transformou hobbies em uma verdadeira missão de documentação e conservação da biodiversidade brasileira.
Raízes rurais e paixão pela natureza
Carlos sempre manteve forte conexão com o campo, passando férias na propriedade de seus avós maternos desde criança. "Vivendo os dias com uma liberdade fantástica", como ele mesmo descreve, desenvolveu um profundo apreço pela natureza que moldaria seu futuro. A proximidade com rios e matas fez da pescaria e da observação ambiental atividades fundamentais em sua vida.
Seu interesse pela fotografia começou cedo, quando ganhou sua primeira câmera ao ser aprovado na faculdade. Anos mais tarde, adquiriu um equipamento com lente teleobjetiva que se tornou sua companheira constante nas viagens de pesca pelo Brasil.
Da pesca à ilustração científica
Como terceira geração de pescadores da família, Vettorazzi desenvolveu uma abordagem única que combina tradição e ciência. Ele pratica a ilustração científica ictiológica, especialidade da zoologia dedicada ao estudo dos peixes.
Seu método é meticuloso: pesca o peixe de interesse, realiza capturas fotográficas detalhadas e, em seguida, devolve o animal à água. Somente então começa o processo de desenho, onde reproduz com precisão anatômica cada característica da espécie - escamas, nadadeiras, proporções e coloração.
"Nunca ilustramos e nem fotografamos apenas para agredar a nós mesmos, mas também para aqueles que dividem conosco esse interesse e amor pela natureza", afirma Carlos.
Fotografia como extensão da observação
O trabalho do ex-docente universitário não se limita às ilustrações. Sua fotografia do ambiente natural, especialmente de aves, ganhou destaque. "A fotografia de aves é parte do que eu faço, que é a fotografia de natureza, pois também gosto de registrar outros animais, plantas e paisagens", explica.
Com a aquisição de equipamento mais compacto, ele intensificou a observação de pássaros. "Automaticamente me direcionei mais às aves, tanto pela beleza delas quanto sua diversidade e importância", relata o observador experiente.
Entre seus registros impressionantes está a Saíra-sete-cores (Tangara seledon) fotografada na Mata Atlântica, demonstrando seu olhar apurado para a riqueza da fauna brasileira.
Legado de conservação ambiental
A história de Carlos Alberto Vettorazzi serve como inspiração para todos os amantes da natureza. Ele prova que é possível transformar talentos e habilidades pessoais em ferramentas poderosas para disseminar a importância do cuidado e conservação da biodiversidade.
Seu trabalho une rigor científico, sensibilidade artística e profundo respeito pelo meio ambiente, criando um legado valioso para as futuras gerações de brasileiros preocupados com a preservação de nossas riquezas naturais.