Patos e pavões do Parque da Cidadania em Teresina sofrem com falta de alimentação oficial
Animais no Parque da Cidadania não têm alimentação garantida

Uma situação envolvendo o bem-estar de animais no coração de Teresina tem mobilizado visitantes e levantado questionamentos sobre a responsabilidade do poder público. Moradores e frequentadores do Parque da Cidadania, localizado na movimentada Avenida Frei Serafim, denunciam que os patos e pavões que vivem no local não recebem alimentação por parte da Prefeitura de Teresina.

Denúncia dos visitantes e a realidade dos animais

De acordo com relatos colhidos pelo g1, as aves que habitam o parque sobrevivem basicamente de milho e restos de comida levados por moradores da região e por pessoas que visitam o espaço verde. Uma frequentadora assídua, que prefere não se identificar, contou que pratica exercícios físicos no local há cerca de dois anos e foi quem começou a alimentar os animais ao perceber que nenhum funcionário fazia isso.

A mulher, que recebe um salário mínimo, revela a angústia da situação: "Eu sou assalariada, levo o que posso e quando posso, mas não é sempre e não é muito. Eu percebi porquê todo mundo que chega com comida lá eles vão atrás, desesperados. Saio arrasada", desabafou. Ela tira do próprio bolso para comprar comida, mas admite não conseguir fazer isso diariamente.

Posicionamento oficial da Prefeitura de Teresina

Questionada sobre o caso, Vanuza Berto, coordenadora-geral dos Parques da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semam), apresentou a versão da administração municipal. Ela afirmou que os animais não foram colocados no parque pela prefeitura, mas sim por visitantes, e que, portanto, não faziam parte do projeto original do local.

"Quando o Parque da Cidadania foi criado, nós não colocamos nenhum animal por lá. Naquela área já tinha o local com água, os patos começaram a aparecer e colonizaram o local. Eles iam pela água, mas com os restos de comida que ficam lá e a comida que jogam pra eles, resolveram ficar", explicou Vanuza.

Por não integrarem a idealização do parque, não há verba destinada especificamente para a alimentação dessas aves. A coordenadora admitiu ainda que a Semam não possui um levantamento atualizado sobre a quantidade exata de patos e pavões que vivem no local atualmente.

Busca por soluções e futuro incerto

Diante da pressão e da denúncia, a Prefeitura de Teresina está tentando tomar algumas providências. Vanuza Berto destacou que a gestão municipal está tentando providenciar sacos de milho para alimentar as aves de forma provisória, uma medida paliativa para o problema imediato.

Além disso, existe uma expectativa de se fechar um acordo com o Bioparque Zoobotânico para a transferência das aves, ou de uma parte delas, para aquela instituição, que teria estrutura e verba adequadas para seu cuidado. No entanto, é importante ressaltar que ainda não há nenhum acordo firmado nesse sentido, deixando o futuro dos animais em uma zona de incerteza.

A reportagem apurou que, no passado, servidores municipais chegaram a receber sacos de milho para distribuir aos animais, mas essa prática foi interrompida há bastante tempo. Enquanto uma solução definitiva não é encontrada, a sobrevivência dos patos e pavões do Parque da Cidadania continua dependendo da boa vontade e da solidariedade dos cidadãos de Teresina.