Um grupo de quase 50 animais silvestres recuperou a liberdade nesta quinta-feira (27) em reservas ambientais do Norte do Piauí. A ação marcou o retorno ao habitat natural de espécies que haviam sido vítimas de tráfico, maus-tratos ou eram mantidas ilegalmente como animais domésticos.
Processo de recuperação
Os animais passaram por um cuidadoso processo de reabilitação no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) antes de estarem prontos para voltar à natureza. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), quando chegaram ao centro, os animais apresentavam diversos problemas de saúde.
Muitos chegavam debilitados, desnutridos, feridos, com dificuldade de locomoção ou com comportamento alterado devido às situações traumáticas que viveram. Durante o tratamento especializado, eles gradualmente recuperaram condições essenciais para sobreviver na natureza.
O trabalho de reabilitação permitiu que os animais readquirissem musculatura, capacidade de voo (no caso das aves), faro e autonomia para buscar alimento por conta própria.
Diversidade de espécies libertadas
A soltura contemplou uma rica variedade de fauna nativa do Piauí. Entre os animais que voltaram à natureza estão:
- 20 jabutis das espécies piranga e tinga
- 2 saguis-de-tufo-branco
- Diversas aves como sabiá-laranjeira, galo-de-campina, bigode-de-coleira e carcará
- Pequenos mamíferos como chico-preto
No total, foram libertadas 47 animais que agora poderão viver em seu ambiente natural.
Preparação do ambiente
As reservas ambientais selecionadas para a soltura não foram escolhidas aleatoriamente. Técnicos especialistas realizaram uma avaliação précia das áreas para garantir que oferecessem condições adequadas para cada espécie.
As localidades selecionadas proporcionam alimento, água, abrigo e segurança necessários para que os animais possam se reintegrar com sucesso ao ecossistema.
Danielle Melo, gerente de fauna e proteção ambiental da Semarh, emocionou-se ao comentar a importância desse trabalho: "Cada soltura é a celebração de uma segunda chance. Nós acompanhamos todo o processo de recuperação e sabemos o quanto esses animais lutam para voltar ao seu ambiente".
Ela acrescentou: "Quando eles finalmente retornam à natureza, estamos não só devolvendo vidas ao seu lugar de origem, mas ajudando a restaurar os ecossistemas do Piauí".
Números expressivos em 2025
O trabalho de resgate e reabilitação no Piauí tem apresentado resultados significativos. Segundo balanço da Semarh, somente em 2025, mais de 150 animais já foram devolvidos ao habitat natural após passarem pelo processo de recuperação.
Essas ações demonstram o compromisso do estado com a preservação da fauna silvestre e o combate ao tráfico de animais, problemas que ainda afetam significativamente a biodiversidade brasileira.
