Tiroteio em Rio das Pedras: Violência no Oeste do Rio Deixa Moradores em Pânico
Tiroteio intenso em Rio das Pedras deixa feridos

A tarde desta quinta-feira em Rio das Pedras não foi como as outras. Lá pelas 15h, o que começou como um dia comum — crianças voltando da escola, o movimento normal do comércio — transformou-se num pesadelo. De repente, estouros. Muitos. E aquele som característico, infelizmente familiar para quem mora na região, espalhou o pânico.

Não foram apenas uns poucos tiros, não. Era um verdadeiro enfrentamento entre grupos rivais, algo que parece se repetir com uma frequência assustadora. As ruas, antes movimentadas, esvaziaram-se num piscar de olhos. Comércios baixaram as portas rolantes às pressas, e quem estava na rua correu para onde dava — muitas vezes sem nem saber direito para onde correr.

O cenário de guerra que se instalou

Imagine a cena: carros abandonados no meio da via, ônibus paralisados com passageiros ainda dentro, o comércio todo fechado. Uma senhora, que preferiu não se identificar, me contou pelo telefone, com a voz ainda trêmula: "Parecia um filme de ação, só que a gente era o elenco sem querer. Meu neto pequeno começou a chorar, não entendia por que não podíamos voltar para casa".

A Polícia Militar foi acionada, é claro. Chegaram reforços — várias viaturas, o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) — mas a situação demorou a ser controlada. Os tiros, segundo relatos, vinham de diferentes pontos, o que dificultava a ação das forças de segurança. Uma verdadeira operação de guerra numa quinta-feira qualquer.

E as vítimas de sempre

Como sempre acontece nesses casos, quem mais sofre é a população. Uma adolescente de 16 anos foi atingida por uma bala perdida — felizmente, não há risco de morte, mas o susto e a recuperação serão longos. Outras duas pessoas, segundo as primeiras informações, também teriam sido feridas, mas os detalhes ainda são imprecisos.

O que me deixa pensativo — e talvez você também — é como situações assim viram quase rotina em algumas comunidades. Os moradores desenvolvem um "sexto sentido" para o perigo, aprendem a ler os sinais, sabem quando ficar e quando correr. É uma adaptação triste à violência.

Às 17h, a situação começou a acalmar. Os tiros rarearam, e a PM conseguiu estabelecer um perímetro de segurança. Mas o medo, esse ficou. E fica sempre, como uma sombra sobre o dia a dia de quem precisa viver nessas condições.

Enquanto escrevo estas linhas, ainda há um tensionamento no ar. A polícia continua nas ruas, e ninguém sabe ao certo se os confrontos podem recomeçar a qualquer momento. Mais uma noite de incerteza para os moradores de Rio das Pedras.