
A tarde desta terça-feira (20) em Manaus não foi como qualquer outra no Conjunto Hileia 2, no Japiim. O que começou como mais um dia comum rapidamente descambou para uma cena de horror que vai marcar para sempre quem testemunhou. Um homem, até agora não identificado, cruzou o caminho errado na hora errada – e a população simplesmente não aguentou mais.
Segundo relatos de vizinhos – aquele tipo de conversa de portão que espalha notícia como fogo em palha seca – o indivíduo tentou assaltar uma residência por volta das 15h. Só que ele não contava com a fúria acumulada de uma comunidade cansada de ver a violência crescer dia após dia.
A reação foi imediata e brutal. Não deu tempo nem para pensar. Um grupo de moradores, movidos por uma raia que só quem vive sob constante ameaça entende, cercou o suspeito. Os golpes começaram a chover. Pedaços de madeira, pedras, socos, chutes. Uma fúria coletiva e cega que não distinguia mais onde terminava a justiça e começava a vingança.
O desfecho trágico
Quando a Polícia Militar finalmente chegou ao local – avisada por ligações anônimas desesperadas – o cenário era de caos. O homem já estava no chão, irreconhecível devido à violência da agressão. Ainda tentaram salvá-lo, sabem? Os bombeiros foram acionados ás pressas e levaram ele às pressas para o hospital mais próximo.
Mas era tarde demais. Muito tarde. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no Pronto-Socorro. A vida se esvaiu ali mesmo, num fim trágico e absolutamente evitável. Que ironia amarga: a tentativa de um roubo terminou com a perda da própria vida.
O que fica depois da violência?
O caso agora está nas mãos da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Eles vão tentar descobrir quem era esse homem – porque até sua identidade é um mistério – e reconstruir os minutos de fúria que levaram à sua morte.
Mas uma pergunta fica pairando no ar pesado de Manaus: até onde vai o direito de se defender? Quando a proteção vira barbárie? A sensação de insegurança é tão grande que as pessoas pararam de confiar no sistema e decidiram fazer justiça com as próprias mãos. E isso, meus amigos, é um retrato terrível do que estamos nos tornando.
O IML removeu o corpo para exames, e a cena do crime foi isolada. Mas o verdadeiro isolamento é o medo que cerca aquelas ruas agora. Um silêncio constrangedor paira sobre o Hileia 2, quebrado apenas pelo sussurro dos moradores que ainda tentam processar o que aconteceu.