
Não é brincadeira. Quem anda pelas ruas de Garanhuns ultimamente sente aquele frio na espinha - e não é por causa do clima serrano. Câmeras de segurança, aquelas que deveriam trazer tranquilidade, estão virando prova de que a coisa tá feia.
De repente, virou moda (uma das piores possíveis): vídeos mostrando arrastões, assaltos relâmpago e até mesmo furtos descarados em plena luz do dia. Parece que os meliantes perderam totalmente o medo, ou pior - sabem que dificilmente serão pegos.
Os casos que chocaram
Num dos registros mais absurdos, um grupo nem se esforça pra disfarçar. Invadem um estabelecimento como se estivessem entrando no próprio quintal, limpam o lugar em segundos e somem antes que alguém possa reagir. A vítima? Fica só com os prejuízos e o trauma.
E tem mais: motoqueiros agindo como se estivessem numa competição de quem rouba mais rápido, abordagens violentas em pontos movimentados, até mesmo idosos sendo alvo. A situação chegou num ponto que até os mais corajosos estão pensando duas vezes antes de sair de casa.
O que dizem os moradores?
"É cada dia pior", desabafa Dona Maria, dona de uma pequena mercearia que já foi vítima duas vezes neste mês. "Parece que virou terra sem lei. A gente trabalha feito condenado pra sustentar bandido."
Já o pedreiro José Carlos nem esconde a revolta: "Cadê a polícia quando a gente precisa? Só aparece pra multar moto sem capacete, mas pra prender ladrão tá sempre ocupada."
E não é pra menos. Os números assustam - mas o que realmente dói são as histórias por trás das estatísticas. Famílias perdendo o sustento, comerciantes fechando as portas, gente comum com medo de circular na própria cidade.
E as autoridades?
Ah, as promessas... Todo mundo já cansou de ouvir que "vão tomar providências". Enquanto isso, a população se vira como pode. Alguns estabelecimentos investiram em seguranças particulares, outros em sistemas de monitoramento mais sofisticados. Mas e quem não tem grana pra isso?
O que mais revolta é a sensação de impunidade. Muitos dos criminosos filmados continuam soltos, agindo como se as câmeras fossem apenas espectadoras impotentes de seus crimes. Até quando?
Uma coisa é certa: Garanhuns, cidade conhecida por seu clima aconchegante e festas tradicionais, está perdendo aos poucos sua identidade pacata. E o pior? Ninguém parece saber como frear essa escalada de violência que já virou rotina.