Uma operação de fiscalização contra o comércio ambulante dentro dos trens e estações da concessionária TIC Trens resultou em um confronto generalizado na noite de quinta-feira, 18 de abril. O incidente ocorreu na estação Francisco Morato, localizada na Linha 7-Rubi, e terminou com a intervenção da Polícia Militar para conter a confusão. Felizmente, não houve registros de feridos.
Fiscalização vira confusão generalizada
Agentes de segurança da TIC Trens iniciaram uma ação de rotina para coibir a venda de produtos por ambulantes nos trens e dependências da estação. No entanto, a abordagem encontrou resistência imediata, escalando rapidamente para uma briga. Imagens gravadas no local mostram vendedores lançando mercadorias contra os agentes no momento da intervenção.
A situação ficou tão caótica que passageiros que aguardavam o trem também se envolveram no tumulto. A confusão se espalhou até pelos trilhos da estação. Em um áudio obtido durante o ocorrido, é possível ouvir alguém alertando: “Você tá com uma faca na mão, ó!”, indicando o alto nível de tensão no local.
Necessidade versus regulação: o dilema dos ambulantes
Presente durante o confronto, o ambulante Jailson Dias deu seu depoimento. Ele reconhece que a atividade é proibida nas áreas da concessionária, mas explica a realidade de muitos que dependem desse trabalho. “É ilegal, mas a gente não vai deixar a família passar fome e necessidade, né? A gente paga aluguel, precisa trabalhar”, afirmou Dias, destacando a falta de alternativas para sustentar a casa.
Testemunhas relataram que a tensão entre vendedores e a equipe de segurança vinha crescendo durante a ação de fiscalização, o que pode ter contribuído para o estopim do conflito.
Posicionamento das autoridades e da concessionária
A TIC Trens emitiu uma nota reforçando que a venda de mercadorias dentro dos trens e nas estações da Linha 7-Rubi é expressamente proibida. A empresa afirmou que as equipes atuam para garantir a segurança dos passageiros e a regularidade do serviço. Diante da resistência encontrada durante a abordagem na estação Francisco Morato, a decisão foi acionar a Polícia Militar para controlar a situação.
A Polícia Militar confirmou que foi chamada ao local para conter o confronto. No entanto, até o momento da publicação desta reportagem, a corporação não informou a abertura de ocorrências policiais ou a realização de prisões relacionadas ao incidente.
O caso expõe o conflito permanente entre a aplicação das regras das concessionárias de transporte e a busca por sustento de uma parcela da população que vê no comércio informal uma das únicas saídas para a sobrevivência econômica.