
O sol ainda estava alto quando o silêncio da tarde foi quebrado por estampidos secos. Na Rua das Acácias, bairro residencial de Vila Velha, o que começou como um dia comum terminou em tragédia. Uma mulher e uma adolescente — nomes ainda não divulgados — foram alvejadas por tiros em um ataque que deixou a comunidade em estado de choque.
Segundo testemunhas, tudo aconteceu rápido demais para reagir. "Parecia fogos de artifício no começo", conta um morador que preferiu não se identificar. "Quando entendemos, já era tarde." Os disparos teriam partido de um veículo em movimento, num modus operandi que lembra execuções típicas do crime organizado.
O que se sabe até agora:
- Vítimas foram socorridas, mas não resistiram aos ferimentos
- Local do crime isolado pela Polícia Civil por horas
- Nenhum suspeito foi preso até o momento
A Delegacia de Homicídios assumiu o caso, mas os investigadores enfrentam o que chamam de "muro de silêncio". "Quando ninguém viu nada, fica difícil", desabafa um agente que trabalha no local. A falta de câmeras no trecho complica ainda mais as buscas por pistas.
Enquanto isso, na calçada ainda marcada por vestígios do crime, velas e flores começam a aparecer. Vizinhos se cumprimentam com olhares desconfiados — afinal, quem atirou pode estar entre eles. A sensação de insegurança, já crônica na região, ganha novos contornos depois desse episódio.
Reação das autoridades
O secretário municipal de Segurança prometeu reforço no patrulhamento, mas moradores torcem o nariz. "Só aparecem quando acontece desgraça", reclama Dona Maria, que vive há 40 anos no bairro. A prefeitura anunciou reunião emergencial, mas até agora são só promessas.
Enquanto a polícia corre contra o tempo, duas famílias choram suas perdas. A adolescente — segundo boatos, excelente aluna — tinha planos de cursar medicina. A mulher, mãe de três, trabalhava como diarista. Histórias interrompidas por balas que nem sequer eram destinadas a elas, segundo especulações.