A apóstola Carine Carvalho recebeu alta hospitalar na última segunda-feira, dia 1°, após quase cinco meses internada. Ela foi vítima de um ataque a tiros dentro de um carro no bairro da Engomadeira, em Salvador, no dia 5 de julho. A religiosa deixará o Hospital de Cuidados Paliativos nesta terça-feira, 2.
Detalhes do crime que chocou a capital baiana
O ataque ocorreu na noite de 5 de julho, quando Carine estava com o companheiro e os filhos do casal. A família, que reside no bairro da Boca do Rio, havia ido à Engomadeira para levar um morador que participara de um evento gospel com eles.
Segundo relatos, ao chegar ao local, o pastor que dirigia o veículo percebeu a presença de homens armados. Ele se identificou, mostrou uma bíblia e foi autorizado a entrar no bairro. O problema aconteceu na volta. Após deixar o morador em casa e tentar sair da região, o carro da família foi alvejado por vários tiros.
Carine Carvalho foi atingida por um projétil na cabeça. Seu companheiro e os filhos, que também estavam no veículo, presenciaram toda a violência, mas não foram feridos. Até o momento, nenhum suspeito pelo crime foi identificado ou preso.
Longa recuperação e mobilização solidária
A vítima foi socorrida e levada inicialmente para o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS). Lá, ela foi direcionada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e submetida a uma delicada cirurgia para a retirada do projétil alojado em sua cabeça. O procedimento durou quatro horas e foi considerado bem-sucedido pela equipe médica.
Durante o longo período de internação, a apóstola precisou de transfusões de sangue. Foi então que parentes, amigos e membros de sua comunidade religiosa se mobilizaram, formando uma corrente de doação de sangue para ajudar em seu tratamento. Essa rede de solidariedade foi fundamental para sua recuperação.
Após apresentar melhora significativa em seu quadro de saúde, Carine foi transferida para o Hospital de Cuidados Paliativos, onde continuou a receber atendimento especializado até finalmente receber alta.
Consequências e busca por justiça
O caso, que completa quase cinco meses, segue sob investigação. A ausência de prisões deixa a família e a comunidade em alerta e busca por respostas. A violência urbana, infelizmente, marcou a vida dessa família, que teve a rotina transformada por um ato brutal.
A alta hospitalar de Carine Carvalho representa um marco de superação, mas também relembra a impunidade que ainda cerca o ocorrido. A mobilização para as doações de sangue mostra a força da comunidade em momentos de adversidade, um contraponto humano à violência sofrida.