Não deu tempo de reagir. Nem de correr. Por volta das 21h30 de sexta-feira (16), a Vila Operária — bairro tradicional da zona norte de Teresina — virou palco de mais um capítulo sangrento da violência que assombra a capital piauiense.
Testemunhas ouvidas pelo G1 contam que tudo aconteceu rápido demais: pelo menos dois homens em uma motocicleta, rostos cobertos, chegaram atirando contra o adolescente de 17 anos como quem colhe fruta madura. Três tiros no peito. Dois na cabeça. A cena daria um roteiro de filme de terror — se não fosse a vida real escorrendo pelo asfalto.
O que se sabe até agora:
- Vítima tinha passagem pela polícia por roubo (segundo fontes)
- Suspeitos fugiram sentido bairro São João
- Equipes do CIOP encontram 7 cápsulas de pistola 9mm
"Parecia rojão de tão rápido", desabafa uma moradora que pediu anonimato — o medo fala mais alto aqui. "A gente já nem se assusta mais, é sempre a mesma história." E é. Só neste ano, a Delegacia de Homicídios já registrou 47 casos assim na capital. Números que doem.
Enquanto isso, no local do crime, restam marcas de sangue, fita amarela da polícia e perguntas sem resposta. A mãe do adolescente — que não quis se identificar — chegou chorando tão alto que dava pena até da lua. Ninguém merece enterrar filho.
E agora?
O caso está sob investigação da DHPP, mas você me pergunta: quando isso vai mudar? Quando a rotina de violência vai dar trégua? Enquanto autoridades discutem estatísticas, a Vila Operária amanhece com mais um nome na lista de vidas interrompidas pela bala.
