
Imagine só: você vai protestar pacificamente e volta para casa com um olho a menos. Foi exatamente isso que aconteceu com um torcedor do Santos em 2023, e agora a Justiça finalmente falou mais alto.
O caso é daqueles que dão frio na espinha. Durante um protesto de torcedores na Vila Belmiro — aquela agitação toda que a gente já viu outras vezes —, um disparo de bala de borracha mudou uma vida para sempre. O projeto, que deveria ser "menos letal", mostrou que pode causar estragos permanentes.
Do Protesto à Cegueira: Uma Noite que Virou Pesadelo
Era abril de 2023. A revolta dos santistas tomava conta das ruas perto do estádio, e a PM apareceu para conter a bagunça. Só que a contenção saiu do controle. Muito controle.
Uma bala de borracha — dessas que teoricamente não matam — acertou em cheio o olho do torcedor. O resultado? Perda total da visão do lado direito. Uma tragédia anunciada que poderia ter sido evitada, segundo o juiz.
A Sentença que Veio Tarde, Mas Veio
O juiz Rafael de Almeida Moraes, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Santos, não teve dúvidas: ambos, Estado e município, falharam feio. A decisão saiu agora em outubro de 2025, mas o estrago já estava feito há mais de dois anos.
O valor da indenização — R$ 90 mil — até parece pouco perto do que o cara perdeu. Mas é um alívio, ainda que tardio. O magistrado foi categórico ao afirmar que houve "uso desproporcional da força" pela polícia. Traduzindo: foi um exagero que custou um olho.
Quem Paga a Conta?
Eis a questão que sempre aparece nesses casos:
- Estado de São Paulo — responsável pela PM que efetuou o disparo
- Município de Santos — pelo contexto geral do evento
Os dois vão dividir a bronca — e o bolso — meio a meio. R$ 45 mil para cada um. Uma mixaria perto dos cofres públicos, mas um reconhecimento importante para a vítima.
O que Isso Significa Para Todos Nós?
Para além do caso específico, essa decisão joga um holofote incômodo sobre como a força policial tem sido usada em manifestações. Quantos casos iguais a esse acontecem e não chegam ao conhecimento da mídia? Quantas pessoas ficam pelo caminho?
O pior — e isso é opinião minha — é que a gente já viu essa história antes. Balas de borracha causando cegueira, trauma craniano, morte até. Quando será que vamos aprender?
A sentença estabelece um precedente importante, mas não devolve a visão do torcedor. Fica o alerta: protestar não deveria ser um exercício de risco de vida. E olha que o caso dele nem foi o pior — só foi um dos que conseguiram chegar até o fim na Justiça.