
Não deu outra. A manhã desta segunda-feira (19) amanheceu com o barulho estridente de tiros no Morro do Juramento, na Zona Norte do Rio, e o desfecho — que pra muitos era questão de tempo — foi tão violento quanto se esperava. Jefferson da Silva Roberto, 31 anos, um nome que vinha circulando nas investigações de um caso que chocou a corporação, foi morto durante uma operação da Divisão de Homicídios da Capital, a DECA.
O tal do Jefferson, veja só, era apontado como partícipe direto no assassinato brutal de um policial civil — um investigador — ocorrido no último dia 7, em Guadalupe. A coisa não foi bonita. O agente foi executado a sangue frio, e a partir daí, a rede de inteligência não parou um minuto. Até que a localização do suspeito ficou clara, e a ação foi colocada em prática.
Por volta das 7h da manhã, os agentes chegaram ao conjunto de favelas com um mandado de busca e apreensão nas mãos. Mas é claro que nada saiu como planejado. Jefferson, ao ser abordado, não colaborou. Em vez disso, reagiu. Pegou em arma e disparou contra os policiais. O que se seguiu foi uma troca de tiros intensa — daquelas que ecoam pela comunidade inteira e deixam todo mundo de cabelo em pé.
No final, Jefferson foi atingido. Mesmo com o socorro correndo pra levar ele pro Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo, não resistiu. Morreu ainda no caminho. Uma vida perdida, mais um capítulo violento na rotina carioca.
Contexto que explica (quase) tudo
Pra entender a dimensão dessa operação, é preciso voltar uns passos. O investigador morto no começo do mês trabalhava na 3ª DP (Guadalupe) e foi surpreendido por criminosos quando chegava em casa. Um ataque calculado, certeiro — e que levantou suspeitas de que o crime teve motivação direta, talvez até retaliação.
Jefferson, segundo as investigações, não agiu sozinho. Fazia parte de uma organização criminosa que age na região, e sua participação teria sido crucial na execução. Daí a pressa e a determinação da DECA em encontrá-lo. Eles sabiam que ele era peça importante — e perigosa.
A operação de hoje não foi a primeira tentativa. Fontes ouvidas pela reportagem disseram, em off, que o nome dele já estava na mira há dias, mas ele mudava de endereço com frequência — sabia que a polícia estava atrás.
E agora, o que sobra?
Além do alívio imediato de ter supostamente neutralizado um envolvido na morte de um dos seus, a polícia agora corre atrás dos outros participantes. Jefferson era apenas uma ponta — importante, sim — mas a investigação segue. E com mais urgência do que nunca.
O clima entre os moradores do Juramento segue tenso. Muita gente evitou sair de casa hoje, com medo de novos confrontos ou até de uma possível reação dos comparsas de Jefferson. A PM chegou a reforçar o patrulhamento na área, mas o sentimento geral é de que a violência — essa sim — não tem hora pra acabar.
O caso agora será acompanhado pela 1ª DP (Tribunal do Júri), e o IML já foi acionado para remover o corpo. Enquanto isso, a pergunta que não cala: será que a morte de Jefferson fecha o caso? Ou é só mais um ciclo se fechando, pra logo em seguida outro começar?