A rede de supermercados Angeloni afastou preventivamente os funcionários envolvidos na suspeita de agressão e tortura contra um homem na unidade da Trindade, em Florianópolis. O caso veio à tona após a Polícia Civil apreender as imagens do circuito interno do estabelecimento.
Detalhes do incidente violento
O episódio ocorreu no domingo (16), quando seguranças abordaram um homem suspeito de furtar pacotes de carne. Segundo as investigações, após ser detido, o indivíduo foi levado para uma sala onde teria sofrido agressões físicas.
As imagens do circuito interno mostram o homem sendo imobilizado com um golpe no pescoço e chutes. O vídeo registrou que ele permaneceu de barriga para baixo por aproximadamente 42 minutos, conforme confirmado pela polícia.
Versões conflitantes e investigação
Em nota oficial, o Angeloni afirmou que a equipe de segurança agiu conforme o protocolo interno de abordagem após identificar o furto de mercadorias. A rede declarou que "o indivíduo abordado tornou-se agressivo, o que exigiu dos seguranças medidas de contenção para evitar risco aos colaboradores e demais clientes".
Entretanto, a vítima relatou à polícia que os seguranças quebraram seu braço durante a abordagem. Por causa das lesões, ele precisou ser atendido em dois hospitais de Florianópolis antes de ser apresentado à delegacia.
A Polícia Civil já apreendeu as imagens e o local onde o homem foi levado passou por perícia da Polícia Científica. Os investigadores aguardam o resultado dos laudos e pretendem ouvir testemunhas para esclarecer completamente o caso.
Consequências imediatas
O Angeloni determinou a apuração imediata dos fatos e a suspensão preventiva de todos os envolvidos. A empresa não informou o número exato de funcionários afastados, mas reforçou em comunicado que "repudia qualquer excesso ou conduta que extrapole procedimentos adequados".
Paradoxalmente, enquanto o homem alega ter sido vítima de violência, a Justiça decretou sua prisão preventiva durante audiência de custódia realizada na segunda-feira (17). Ele confirmou à juíza e ao Ministério Público que sofreu agressões durante a detenção.
A empresa finalizou reiterando seu compromisso com a segurança, o respeito e a legalidade, afirmando estar colaborando integralmente com as investigações da Polícia Civil.