Numa reviravolta que deixou muita gente de cabelo em pé, policiais que estão no centro de uma investigação por um suposto massacre no município de Conde foram agraciados com honrarias na Assembleia Legislativa da Paraíba. Sim, você leu certo: os mesmos homens de farda que respondem a um inquérito por uma ação com sete mortes — algumas em circunstâncias mais do que suspeitas — receberam placas de 'reconhecimento' pelos 'serviços prestados'.
O caso, que já era polêmico, ganhou contornos de surrealismo. Enquanto as famílias das vítimas choram seus mortos, os agentes posavam para fotos com políticos no plenário. Dá pra acreditar?
Os fatos que ninguém discute
No último dia 15, uma operação policial em Conde terminou com sete pessoas mortas. Oficialmente, foi apresentada como 'confronto'. Mas testemunhas e defensores públicos falam em execuções sumárias — algumas vítimas estariam rendidas quando foram atingidas.
Eis que, três dias depois, esses mesmos policiais eram homenageados. A justificativa? Uma ação contra o tráfico em 2024. Conveniente, não?
Reações acaloradas
Do outro lado, os defensores dos direitos humanos não mediram palavras:
- 'Isso é um escárnio com a justiça', disparou o coordenador de uma ONG local
- 'Premiar investigados por homicídio é endossar a violência policial', protestou uma deputada
Já os apoiadores da homenagem argumentam que os policiais são 'heróis' que arriscam a vida diariamente. 'Temos que valorizar nossos homens da lei', defendeu um parlamentar, ignorando — convenientemente — o inquérito em curso.
Enquanto isso, o Ministério Público segue apurando se houve excessos na operação de Conde. E a sociedade fica com aquela pulga atrás da orelha: até onde vai o blindagem institucional?
