A Operação Invisíveis, deflagrada nesta terça-feira (2), resultou na prisão de dois policiais militares e no afastamento de outros quatro no estado da Bahia. Os agentes são investigados pelos crimes de homicídio qualificado e fraude processual, suspeitos de torturar e executar um homem dentro de sua própria casa, na cidade de Monte Santo, a 249 km de Feira de Santana.
Detalhes da Operação e Investigações
As medidas foram executadas com base em investigações conduzidas pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA). Além das prisões e dos afastamentos, a operação cumpriu oito mandados de busca e apreensão nos municípios baianos de Euclides da Cunha, Ribeira do Pombal e Monte Santo, além de Aracaju (SE) e Trindade (PE).
Foram apreendidos armas, celulares, simulacros de armas e outros objetos, que agora passarão por perícia. As buscas ocorreram nas residências dos seis agentes investigados e também nas sedes da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Nordeste, localizadas em Ribeira do Pombal e Monte Santo.
Crime Ocorreu na Frente de Familiar
A vítima foi identificada como Edmilson Cruz do Carmo. As investigações do MP-BA, que começaram após inconsistências entre laudos periciais preliminares e a versão apresentada pelos PMs, descartaram a suposta troca de tiros alegada pelos policiais. Inicialmente, o caso havia sido registrado na delegacia como morte por intervenção policial.
Novas provas revelaram que Edmilson foi torturado e executado por dois PMs em uma ação previamente planejada. O crime aconteceu dentro da casa onde a vítima morava, na presença de um familiar, que também sofreu tortura e ameaças. Segundo as autoridades, não houve perseguição ou resistência armada por parte da vítima.
Acusação de Ocultação do Crime
O Ministério Público apontou que os outros quatro investigados teriam atuado para garantir a alteração da cena do crime. As ações incluiriam a remoção do corpo, o apagamento de vestígios, além da apresentação de objetos e depoimentos falsos na delegacia. O objetivo seria ocultar o homicídio sob a alegação de uma suposta ação policial legítima.
Os nomes dos policiais envolvidos não foram divulgados pelas autoridades. Eles responderão judicialmente pelos crimes de homicídio qualificado e fraude processual. O caso, que chocou a região, expõe graves alegações de abuso de autoridade e violação dos protocolos de atuação policial.