Três policiais militares foram presos em flagrante na madrugada deste sábado (6) sob suspeita de terem matado um jovem de 18 anos durante uma ação em uma residência no bairro de Moema, na zona sul de São Paulo. O caso, que está sob investigação, teria sido registrado pelas próprias câmeras corporais dos agentes.
Detalhes do assalto e da ação policial
Segundo o boletim de ocorrência, quatro homens encapuzados invadiram a casa por volta das 20h20, onde um casal de idosos foi rendido, amarrado e amordaçado. Cerca de 20 minutos após o início do assalto, uma equipe da Força Tática da Polícia Militar chegou ao local. Na ocasião, três criminosos ainda reviravam o imóvel, enquanto um quarto, que estaria armado, vigiava as vítimas.
Os assaltantes já se preparavam para fugir e haviam desamarrado uma das moradoras para que ela buscasse a chave do carro da família. Foi nesse momento que os policiais adentraram a residência em busca dos ladrões. O casal afirmou não ter visto os disparos, apenas ouvido comandos de abordagem e sons de tiros.
Morte do jovem e prisão dos PMs
A vítima fatal foi identificada como Juan Dantas de Oliveira, de 18 anos, que seria um dos homens encapuzados. De acordo com o relato de uma segunda equipe policial que chegou ao local, o jovem foi encontrado escondido na lavanderia. Um dos PMs que deu depoimento à Polícia Civil afirmou que não tinha visão direta do local e só percebeu a presença do suspeito ao ouvir os agentes da Força Tática falando com ele e, em seguida, atirando. Juan estava desarmado no momento.
Outros suspeitos foram capturados: um foi encontrado dentro da chaminé da churrasqueira, uma pistola calibre 9 mm foi apreendida em um armário próximo, e outros dois, incluindo um adolescente de 17 anos, foram rendidos e presos dentro da casa. Juan foi levado para a UPA Vila Mariana, mas não resistiu aos ferimentos.
Investigações e posicionamento da corporação
Os três policiais militares envolvidos no disparo tiveram a prisão decretada pela própria Polícia Militar após a instauração de um inquérito e foram encaminhados ao Presídio Militar Romão Gomes. O caso também é investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) da Polícia Civil.
Em nota, a Polícia Militar se pronunciou: "A Polícia Militar reforça que não compactua com excessos ou desvios de conduta e que atua com rigor para responsabilizar aqueles que violam as leis ou os protocolos institucionais". A Secretaria de Segurança Pública foi procurada, mas não se pronunciou até a conclusão da reportagem.