
Era uma noite como qualquer outra no bairro periférico de São José do Rio Preto — até que o estampido de uma espingarda cortou o silêncio. O que se seguiu foi uma cena digna de filme de terror: um jovem de 22 anos, caído no chão, vitimado por múltiplos disparos à queima-roupa. Mas isso não foi acidente. Segundo o Ministério Público, foi vingança pura.
Dois PMs agora respondem na Justiça por homicídio qualificado. A acusação? Que agiram como justiceiros, não como agentes da lei. "Eles transformaram o distintivo em licença para matar", disparou um promotor, com a voz carregada de indignação.
Os detalhes que arrepiam
O inquérito revela:
- Vítima tinha passagem por furto (nada que justifique uma sentença de morte)
- PMs alegaram "legítima defesa", mas testemunhas contam outra história
- Um dos acusados já tinha histórico de violência excessiva
Pior: segundo vizinhos, os policiais teriam dito, dias antes, que "iam acertar as contas" com o rapaz. Coincidência? O MP acha que não.
Repercussão e revolta
Na quebrada, o clima é de revolta mista com medo. "A gente já temia a criminalidade, agora teme quem deveria nos proteger", desabafa uma moradora, pedindo anonimato — quem sabe ela não tem razão?
Enquanto isso, a defesa dos PMs garante que vai provar a inocência dos clientes. "São bons profissionais, pais de família", argumenta o advogado. Mas a pergunta que fica: até onde vai o abuso de autoridade quando a farda vira escudo para crimes?
O caso, que lembra episódios sombrios da ditadura, acendeu o debate sobre reforma na PM. Enquanto isso, a família do jovem morto espera justiça — e que seu filho não seja só mais um número nas estatísticas da violência policial.