Operação policial no Complexo da Maré tem alvo de facção criminosa
A Polícia Civil realizou uma operação de grande porte no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (26). A ação tinha como objetivo principal prender Lázaro da Silva Alves, um conhecido traficante do Terceiro Comando Puro (TCP) que, segundo investigações, planejava atacar rivais do Comando Vermelho.
Confronto deixa três mortos e criança ferida
O confronto entre policiais e criminosos resultou em três mortos e deixou uma criança de 12 anos baleada. O menino foi atingido por um disparo enquanto participava de uma atividade de ciências no pátio do Ciep Hélio Smidt, unidade escolar que fica localizada ao lado do 22° Batalhão da Polícia Militar (Maré).
Segundo informações da polícia, Lázaro da Silva Alves é natural da comunidade Barro Vermelho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O criminoso estava escondido há aproximadamente três anos no Complexo da Maré, de onde coordenava ataques contra facções rivais.
Durante a operação, os policiais encontraram Lázaro reunido com outros criminosos em uma residência, onde estavam planejando novos ataques contra comunidades dominadas pelo Comando Vermelho.
Criança baleada passa bem após atendimento médico
O menino de 12 anos que foi baleado na perna durante o tiroteio recebeu atendimento inicial na Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva. Posteriormente, a criança foi transferida para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, onde seu estado de saúde foi classificado como estável pelos médicos.
Além das vítimas humanas, a operação resultou na apreensão de um significativo arsenal bélico. Os policiais confiscaram dois fuzis e várias pistolas durante a ação na comunidade.
Tiroteio afeta universidade e provoca fechamento de vias
Os efeitos do intenso tiroteio se estenderam para além do Complexo da Maré. Durante a manhã, um disparo atingiu uma sala do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no campus do Fundão.
Alunos registraram o momento em que um helicóptero policial precisou pousar de emergência no gramado da universidade. De acordo com a polícia, a aeronave não sofreu avarias e o pouso foi realizado por questões estratégicas de segurança.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), localizada nas proximidades, acionou o nível 3 de alerta de segurança, o mais alto em sua escala de contingência. O comunicado interno orientou que ninguém saísse da unidade, mantendo colaboradores e visitantes em segurança dentro das instalações.
O trânsito também foi severamente afetado pela operação. A concessionária Lamsa, responsável pela Linha Amarela, precisou fechar totalmente a pista no sentido Fundão na saída 9B, na Vila do João. O tráfego só foi normalizado por volta das 11h25, após o término da operação policial.
