
A coisa tá feia, e feia pra dedéu. O Ministério Público da Paraíba (MP-PB) mergulhou de cabeça num caso que, se confirmado, é daqueles que enterram de vez qualquer pontinho de fé na instituição. Tudo gira em torno de uma suposta chacina — a palavra é pesada, eu sei, mas é essa mesmo que tá sendo usada — que teria sido cometida por policiais militares no município do Conde, na Grande João Pessoa.
Quatro mortos. Quatro vidas interrompidas de forma brutal no dia 6 de agosto. Os nomes? Everton Ferreira da Silva, José Welliton Ferreira da Silva, Ruan Carlos da Silva e outro homem que, até onde se sabe, não foi identificado. A história oficial, aquela que a gente ouve primeiro, sempre chega com uma certa embalagem, não é mesmo? Diziam que era confronto. Só mais um confronto. Mas, cá entre nós, a palavra 'confronto' já tá tão gasta que mal significa algo anymore.
Eis que a 1ª Promotoria de Justiça de Cabedelo, que tá com a batata quente na mão, resolveu cutucar a fundo a narrativa. E olha, o que tá vindo à tona cheira mais a montagem do que a legítima defesa. A promotora de Justiça Ana Carolina Tabosa — que deve estar perdendo o sono com esse caso — pediu um monte de coisas: quebra de sigilo, perícia complementar, o escambau. A suspeita? De que os PMs envolvidos não só agiram com excesso, mas depois, pasmem, tentaram maquiar a cena do crime. Sim, você leu direito. A acusação é grave: fraudar a cena, plantar provas, o pacote completo do horror.
As Peças Que Não Se Encaxam
O inquérito policial, que corria em segredo de justiça (óbvio), foi remetido ao MP-PB e a ficha começou a cair. As imagens de vídeo que circularam — acredite, elas são fortes — mostram os corpos dos quatro homens já no chão, sem qualquer sinal de reação. Nada de troca de tiros, nada de movimento. Aí você se pergunta: cadê o tal confronto? Cadê a ameaça iminente? A versão de que houve reação das vítimas começa a desmoronar feito castelo de areia na maré alta.
E não para por aí. A perícia deu sopa de letrinhas. Dois dos mortos, Everton e Welliton, foram atingidos com tiros à queima-roupa. À queima-roupa! Isso aqui não é filme de faroeste, é a vida real na Paraíba. Outro detalhe macabro: a posição dos corpos e dos armamentos perto deles não batia com a história de um suposto tiroteio. Parecia coisa arranjada, sabe? Daquelas que qualquer um que já viu um crime de verdade percebe na hora que tá tudo errado.
O Longo Braço (e Esperamos Que Eficaz) da Lei
O MP-PB agora tá com a faca e o queijo na mão, mas a faca tá bem afiada. Eles querem tudo: dados dos celulares dos PMs, registros das viaturas, relatórios internos da PM. Querem saber exatamente quem tava lá, o que fez, o que falou depois. A promotora Ana Carolina foi enfática: é preciso apurar se houve mesmo excesso, execução sumária — um eufemismo horrível para assassinato — e, claro, a tentativa criminosa de encobrir tudo com uma falsa narrativa de confronto.
O caso já tá sendo tratado como de 'extrema gravidade'. E é mesmo. Não é 'só' mais um episódio de violência policial — que já é triste demais. É a suspeita de que agentes do estado, que deveriam proteger, planejaram, executaram e depois tentaram esconder seus rastros. É o tipo de coisa que corrói a confiança de todo mundo. A população do Conde, e da Paraíba como um todo, tá de olho. E o MP-PB prometeu que vai até o fim. Torcemos para que sim, porque justiça — a de verdade — não pode ser só uma palavra bonita no papel.