
Eis que a Justiça resolveu dar uma guinada num daqueles casos que chocaram Ribeirão Preto — e olha que a cidade já viu coisa. Um ofício enviado ao Tribunal de Justiça de São Paulo pede, nada mais nada menos, que o julgamento dos três PMs acusados de matar a garçonete Isabella Nardoni seja realizado longe dali. Bem longe.
Não é pra menos. O clima na região anda pesado, daqueles que até o ar parece carregado de tensão. A decisão partiu do juiz Eduardo Siqueira Azanha, da 1ª Vara do Júri — um sujeito que claramente não quer roleta russa com o direito à imparcialidade.
Os réus? Dois cabos e um soldado da PM. Eles responderão por homicídio qualificado — aquele tipo que não dá margem pra piedade. A vítima, Isabella, tinha apenas 23 anos quando foi baleada dentro de casa, num episódio que mistura tragédia pessoal e falha institucional.
O pedido de mudança veio de onde?
Pois é. Quem moveu a peça foi a defesa de um dos acusados. Alegou, com certa razão, que a comoção local e a cobertura midiática poderiam virar o júri num circo — e ninguém quer julgamento virado espetáculo, né?
O Ministério Público comprou a ideia. Até acharam prudente. E o juiz, então, nem se fala: deu sinal verde na hora. Agora a bola está com o TJ-SP, que decidirá para qual comarca o processo vai escorregar.
E o que dizem as investigações?
Os PMs estariam — pasmem — fora de missão quando o crime rolou. Segundo as apurações, teriam seguido a vítima até sua residência, no Jardim Palma Travassos. Lá dentro, disparos. Muitos. Isabella foi atingida por 13 projéteis. Treze.
O motivo? Aparentemente, discussão num bar horas antes. Coisa de gente que confunde farda com imunidade — e revólver com argumento.
O caso agora aguarda destino novo. E Ribeirão Preto, que já foi palco de comoção e protestos, vê mais um capítulo judicial se desenrolar longe de seus olhos. Resta saber se, em outra cidade, a Justiça será mais rápida — ou só mais distante.