Um ex-vereador do município de João Alfredo, no Agreste de Pernambuco, morreu durante uma ação da Polícia Militar na tarde da última quinta-feira (18). O incidente ocorreu na cidade de Vertentes, também localizada na região do Agreste pernambucano.
Detalhes da operação e histórico criminal
José Joacir Cristóvão da Silva, conhecido como Oim, tinha 47 anos e uma extensa ficha criminal. Ele era investigado e respondia judicialmente por uma série de crimes graves. Entre as acusações estavam tráfico de drogas, associação para o tráfico, receptação e receptação qualificada, além de adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
Os processos contra o ex-político tramitavam em diferentes comarcas da região, incluindo a Vara Única de João Alfredo, a Vara Criminal de Surubim e a Vara Única de Bom Jardim. As informações sobre esses processos constam em registros oficiais da Justiça Eleitoral.
Suspeita de chefiar organização criminosa
Em 2024, a trajetória de José Joacir ganhou um capítulo ainda mais grave. Ele se tornou alvo de uma grande operação da Polícia Federal, que o apontava como suspeito de comandar uma organização criminosa com atuação no tráfico de entorpecentes.
A investigação, conduzida pela PF de Mato Grosso do Sul, apurava a atuação de um grupo com ramificações em vários estados brasileiros. Na ocasião, foram cumpridos 12 mandados de prisão temporária, sete prisões em flagrante e 16 mandados de busca e apreensão. As ações ocorreram em nove cidades distribuídas por seis estados: Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Santa Catarina e Goiás.
Trajetória política interrompida pela Justiça
A vida pública de José Joacir foi marcada por altos e baixos. Ele foi eleito vereador de João Alfredo pela primeira vez em 2016, pelo PSB. Conseguiu a reeleição em 2020, desta vez pelo PSD, e chegou a ocupar o cargo de presidente da Câmara Municipal. Na eleição de 2020, ele foi o candidato a vereador mais votado do município, com impressionantes 1.710 votos.
No entanto, sua tentativa de retornar à política em 2024 foi barrada pela Justiça. Sua candidatura pelo partido Podemos foi considerada inapta devido à existência de ações penais em andamento contra ele, conforme decisão baseada em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De acordo com informações declaradas ao TSE, o ex-vereador possuía ensino fundamental incompleto como seu grau de instrução formal. O episódio de sua morte encerra uma trajetória que transitou entre a política institucional e a investigação por crimes graves, levantando questões sobre segurança pública e a atuação de figuras públicas no cenário regional.