5 PMs presos por desviar fuzis em megaoperação no Complexo do Alemão
Corregedoria da PM prende 5 PMs por furto de fuzis

Policiais Militares são presos por desvio de armas em operação

A Corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro cumpriu mandado de prisão contra cinco PMs na última sexta-feira (28). Os militares, todos integrantes do Batalhão de Choque, são investigados por supostamente desviar dois fuzis durante a megaoperação realizada há exatamente um mês nos complexos do Alemão e da Penha.

Crimes flagrados por câmeras corporais

De acordo com as investigações, os quatro sargentos e um subtenente foram filmados por câmeras corporais em situações consideradas suspeitas. As imagens mostram o momento em que os policiais participaram do cerco a uma residência invadida por mais de 20 traficantes, onde a polícia anunciou a apreensão de 19 fuzis.

Entretanto, a Corregedoria descobriu que um dos fuzis apreendidos não entrou na lista oficial porque foi desviado pelo grupo. As investigações revelaram que um segundo fuzil também teria sido furtado pelos mesmos policiais.

Diálogos comprometedores e destino das armas

As câmeras corporais capturaram conversas entre os acusados que evidenciam o suposto crime. No diálogo, o Subtenente Marcelo Luiz do Amaral pergunta: "Você colocou na sua mochila?", ao que o Sargento Eduardo de Oliveira Coutinho responde: "Está dividido, eu desmontei".

Em seguida, o Sargento Diogo da Silva Souza comenta: "Tem que ir para um lugar deserto colocar na caçamba", indicando o possível destino das armas. Além dos fuzis, o grupo também é acusado de desmontar e furtar peças de uma picape que estava na comunidade.

Investigação se expande e posicionamento institucional

A Corregedoria investiga o envolvimento de mais cinco policiais no caso e tenta determinar o paradeiro final das armas e peças desaparecidas. A prisão dos cinco PMs foi solicitada pela Corregedoria e decretada pela Justiça Militar.

A Polícia Militar do Rio emitiu nota declarando que não compactua com possíveis desvios de conduta e crimes praticados por seus agentes, prometendo punir com rigor os envolvidos quando os fatos forem confirmados.

Já a defesa do Sargento Diogo da Silva Souza contestou a legalidade da prisão, argumentando que as imagens anexadas ao processo precisam passar por perícia técnica. O Jornal Nacional não conseguiu contato com os advogados dos outros policiais mencionados.

A megaoperação que deu origem ao caso ocorreu em outubro contra o Comando Vermelho e resultou na morte de 122 pessoas, incluindo cinco policiais, em um dos episódios mais violentos da história recente do Rio.