O copiloto de helicóptero da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Marques Monteiro, de 45 anos, recebeu alta médica nesta segunda-feira (15) após uma longa e dramática batalha pela vida. Ele ficou internado por nove meses, sendo mais de sete deles na Unidade de Terapia Intensiva (CTI), após ser baleado na cabeça durante uma operação policial.
Uma longa jornada de recuperação
Felipe foi atingido por um tiro de fuzil na testa no dia 20 de março, enquanto sobrevoava a comunidade Vila Aliança, em Bangu, Zona Oeste do Rio. A aeronave do Serviço Aeropolicial da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) foi alvejada por criminosos. No dia seguinte, o policial foi transferido para o Hospital São Lucas Copacabana, onde iniciou um tratamento intensivo.
Segundo o gerente da Clínica Médica do hospital, Renato Ribeiro, o paciente passou por diversas neurocirurgias e outros procedimentos complexos. Ele sofreu um comprometimento grave da calota craniana e permaneceu em coma por um longo período. Nos últimos meses, Felipe foi submetido a pelo menos três cirurgias importantes: a primeira logo após o ataque, a segunda para tratar um pseudoaneurisma e a terceira para implantar uma prótese craniana e reparar os ossos danificados.
A luta incansável e o apoio familiar
Renato Ribeiro destacou a força do comandante durante todo o processo. “A jornada do Felipe ainda não acabou. Hoje ele sai do Hospital São Lucas Copacabana para uma unidade de saúde com foco em reabilitação, onde terá possibilidade de avançar ainda mais na sua recuperação, locomotora e cognitiva”, explicou o médico. Ele também enfatizou o papel crucial da família: “O comandante é um guerreiro que nunca deixou de lutar pela vida e teve o apoio integral da família, parte fundamental para recuperação e adesão ao tratamento”.
A esposa de Felipe, Keidna Marques, compartilhou a emoção da família nas redes sociais após a saída do CTI. “Recebemos a tão esperada alta do CTI e seguimos para o quarto do hospital. Deixamos para trás dias intensos, difíceis, cheios de medo e incertezas — mas também marcados por fé, cuidado e força”, escreveu ela, agradecendo a todos os profissionais envolvidos.
Investigacao e proximos passos
O ataque que quase tirou a vida do policial segue sob investigacao. Um dos suspeitos de participar da acao foi preso ainda em maio, mas outros criminosos envolvidos continuam foragidos. A Policia Civil nao divulgou novos detalhes sobre o andamento do caso.
Para Felipe Marques Monteiro, agora comeca uma nova etapa. Ele foi encaminhado para uma clinica especializada em reabilitacao, onde continuara o tratamento para recuperar as funcoes motoras e cognitivas. Sua historia e um exemplo de superacao diante de um dos episodios mais violentos ja registrados contra uma aeronave policial no estado.