Ex-namorada de fisiculturista relata terror após agressão em MG: "Fui enforcada e desmaiei"
Vítima de fisiculturista relata agressão em MG: "Fui enforcada"

Ela respirava fundo antes de começar a falar — como quem tenta não deixar a voz embargar. Aos 32 anos, a administradora *Carla (nome fictício) nunca imaginou que um relacionamento terminado há meses voltaria a assombrá-la com tanta crueldade. Desta vez, pelas mãos de quem jurou protegê-la.

"Pensei que ia morrer ali mesmo", confessou, esfregando inconscientemente o pescoço onde marcas roxas ainda insistem em contar sua história. O episódio, registrado por câmeras de segurança no interior mineiro, mostra o ex-companheiro — um fisiculturista de 1,90m — arrastando-a como um saco de pancadas pela garagem.

O dia em que o pesadelo virou vídeo

Era terça-feira, 15h23. O sol escaldante de julho em Varginha (MG) parecia ironicamente contrastar com o gelo que invadia seu corpo quando ele apareceu sem aviso. Três coisas ela lembra com clareza:

  • O cheiro de suor misturado com raiva
  • Os dedos dele fechando seu pescoço como um torno
  • O gosto de sangue na boca ao despertar no chão

"Desmaiei por segundos que pareceram horas. Quando voltei, ele estava filmando meu rosto inchado com o celular — ria dizendo que ninguém acreditaria num 'fracote' como eu contra um cara treinado", relatou com voz que oscilava entre o tremor e a revolta.

Depois da tempestade, a luta

Enquanto o vídeo circulava em grupos de WhatsApp — distorcido por narrativas que culpavam a vítima —, Carla enfrentava dores que iam além das físicas. Dois laudos médicos atestaram:

  1. Concussão cerebral grau II
  2. Fratura no nariz
  3. Lesões por estrangulamento

O delegado responsável pelo caso, Alexandre Rocha, foi enfático ao G1: "Temos imagens incontestáveis e o agressor será responsabilizado. Nem o físico nem a fama intimidarão a Justiça". O acusado, cuja identidade permanece preservada por decisão judicial, responde por lesão corporal grave e ameaça.

No hospital, enquanto enfermeiras trocavam seus curativos, Carla fez questão de gravar um depoimento público. "Se eu ficar calada, amanhã pode ser outra. E outra. Até quando?", questionou, olhando fixamente para a câmera com um olhar que misturava medo e determinação inéditos.