Áudios revelam ódio de suspeito por madrasta antes de crime em Jaboticabal
Áudios mostram raiva de suspeito antes de matar madrasta e filhos

Gravações de áudio obtidas pela EPTV revelam o profundo ressentimento que Leonardo Gonçalves, de 22 anos, nutria pela madrasta, Sabrina de Almeida Lima, de 27 anos, antes do crime que chocou Jaboticabal, no interior de São Paulo. As mensagens, enviadas a um amigo, mostram o clima de tensão que culminou no assassinato de Sabrina e de seus três filhos – Eduardo Felipe, de 10 anos, Victor Hugo, de 8, e Luiz Henrique, de 6.

O ódio revelado nos áudios

Nas gravações, Leonardo não esconde a raiva que sentia pela madrasta, a quem se refere de forma pejorativa. "Essa praga dessa mulher não quer voltar para casa da avó", disse ele em um dos trechos, reclamando do estado nervoso do pai, Milton Gonçalves Filho. Em outra mensagem de voz, o jovem acusa Sabrina de ter estragado seu dia ao falar mal dele e de sua família após beber. "Do nada, começou a falar mal de mim, mal da minha irmã, mal do meu pai... colocou nós lá em baixo", desabafou Leonardo.

O destinatário dos áudios foi o autônomo Denílson Monteiro. Ele confirmou à reportagem que o amigo nunca gostou da madrasta nem das crianças e que sempre expressou vontade de agredi-la. "Ele sempre quis pegar ela, bater. Sempre acalmei ele", relatou Denílson, que acredita que as mensagens tenham sido enviadas já após os assassinatos, na noite do dia 18 de dezembro.

A noite do crime e a tentativa de defesa das crianças

O crime ocorreu na área externa da casa onde a família vivia, em uma fazenda na zona rural de Jaboticabal. Segundo as confissões de Leonardo e Milton à Polícia Civil na terça-feira (23), tudo começou com uma discussão entre Sabrina e Milton.

Para defender o pai, Leonardo pegou um facão e desferiu vários golpes na cabeça de Sabrina. Foi quando Victor Hugo, de 8 anos, correu em direção a Leonardo para proteger a mãe. Nesse momento, Milton interveio de forma brutal: pegou uma marreta e atingiu a cabeça do menino. Os outros dois irmãos, Eduardo e Luiz Henrique, foram contidos por Milton e também mortos com a mesma marreta. Todas as quatro vítimas morreram no local.

Sumiço, versão falsa e confissão

Após o crime, Milton forjou uma história para a polícia e para a família de Sabrina. Ele afirmou que a companheira havia saído de casa para usar cocaína e levado os filhos. Só comunicou o sumiço à família dela no sábado (20), o que levou ao registro de um boletim de ocorrência no domingo (21).

A mãe de Sabrina, Joviniana Braz de Almeida, contestou a versão do genro, afirmando que a filha estava limpa há dez meses. As buscas foram iniciadas, e na terça-feira (23), Milton confessou os crimes e levou os policiais aos locais onde havia enterrado os corpos. Ele e o filho foram presos em flagrante e, posteriormente, confessaram também o assassinato de uma ex-companheira de Milton, desaparecida desde outubro do ano passado.

Ambos os suspeitos estão presos preventivamente. A defesa deles não foi localizada para comentar o caso. O crime expõe uma tragédia familiar marcada por conflitos e culminou na perda de quatro vidas, sendo três crianças que tentaram, em vão, proteger a mãe.