
O que começou como mais um caso de "acidente doméstico" se revelou uma história de horror. Na tarde de quarta-feira, um homem de 32 anos chegou ao Hospital de Urgência de Teresina carregando uma mulher ensanguentada - ela mal respirava. "Ela escorregou no banheiro", insistia ele, suando frio. Mas os médicos não compraram a versão.
Detalhes fazem diferença. As marcas no corpo da vítima contavam outra história: hematomas assimétricos, fraturas que não batiam com quedas, sinais de estrangulamento. Quando a polícia chegou, o sujeito já estava cambaleando de nervoso - e a farsa desmoronou rápido.
A mentira que não colou
"Nenhuma queda no banheiro causa esse tipo de trauma", explicou uma enfermeira que preferiu não se identificar. O laudo preliminar foi devastador: múltiplas lesões internas, hemorragia, marcas de socos e chutes. A vítima - cujo nome está preservado - não resistiu.
O delegado responsável pelo caso foi direto: "Isso aqui é manual do agressor clássico. Tentam disfarçar a violência como acidente, mas a medicina forense não mente". O suspeito, que tinha relacionamento anterior com a vítima, agora responde por feminicídio.
Padrão que se repete
O que mais revolta:
- Ele esperou HORAS para buscar ajuda
- Limpou a cena do crime antes de levar ao hospital
- Tentou influenciar testemunhas com sua versão
Moradores da região relatam que o casal tinha histórico de brigas. "A gente ouvia gritos, mas nunca imaginou que chegaria a isso", contou uma vizinha, ainda em choque.
O caso reacendeu o debate sobre violência doméstica no Piauí, estado que registrou aumento de 18% nos casos de feminicídio no último ano. Enquanto isso, o suspeito aguarda julgamento - e a pergunta que fica é: quantas vidas precisam ser perdidas antes que a sociedade encare esse problema de frente?