Imagine a cena: uma casa comum num bairro comum. De fora, nada parecia fora do normal – até que a porta se abriu. E o que a Polícia Civil do DF encontrou lá dentro é daqueles pesadelos que a gente pensa que só vê em filme.
Na tarde de segunda-feira (19), agentes da 16ª Delegacia de Polícia entraram numa residência em Samambaia Norte e se depararam com uma realidade que beira o inacreditável. Dois adolescentes, de 13 e 14 anos, viviam como prisioneiros dentro da própria casa. Trancados. Isolados do mundo.
E o algoz? O próprio pai. Isso mesmo – o homem que deveria proteger, criava uma prisão doméstica.
As condições eram de partir o coração
Não era só o confinamento. O ambiente estava imundo, fedorento, completamente insalubre. As crianças apresentavam claros sinais de desnutrição; magreza excessiva, olheiras profundas. Pareciam fantasmas, não adolescentes cheios de vida.
Os policiais, veteranos que já viram de tudo, não disfarçaram a repulsa. "Casos assim marcam a gente", confessou um dos delegados, em off. "Como alguém faz isso com o próprio sangue?"
A denúncia anônima que mudou tudo
Tudo começou com uma ligação. Alguém – um vizinho, talvez – desconfiou que algo muito errado estava acontecendo naquela casa silenciosa demais. Fez a denúncia. E fez a diferença.
A polícia agiu rápido. Chegou no local, conversou com o pai, avaliou a situação... e não teve dúvidas. Era flagrante. O homem, de 43 anos, foi detido na hora pelos crimes de cárcere privado e maus-tratos.
Ah, e tem mais um detalhe macabro: a mãe das crianças? Não estava em casa. Sim, você leu certo. E até onde se sabe, ela não tomou nenhuma atitude para impedir aquele inferno.
E agora, o que acontece?
Os adolescentes foram resgatados – finalmente livres. Eles passaram por avaliação médica e agora estão sob os cuidados do Conselho Tutelar. Terão que reaprender o que é viver sem medo.
Já o pai, respondeu pelo que fez. Foi levado para a cadeia, e a Justiça já deve decidir seu futuro em breve. Resta saber se a mãe também será responsabilizada por omissão.
Enquanto isso, Samambaia tenta digerir mais esse caso absurdo. Porque às vezes, o perigo mora mesmo é ao lado.
