Um caso chocante de violência doméstica mobiliza as autoridades em Hortolândia, interior de São Paulo. O padrasto de um bebê de apenas 10 meses foi preso sob suspeita de matar a criança após inicialmente inventar uma história de sequestro para tentar enganar a polícia.
Versão falsa do sequestro
O montador Gustavo Henrique da Silva, de 30 anos, contou inicialmente aos policiais militares que no sábado, por volta das 20h30, estava passeando a pé com o bebê no bairro Terras de Santo Antônio quando dois homens em uma moto teriam parado ao seu lado, feito ameaças e levado a criança de seus braços.
Segundo seu relato inicial, ele teria voltado para casa para pedir socorro e saído com sua caminhonete para procurar os supostos sequestradores, sem sucesso. A Polícia Civil registrou inicialmente o caso como sequestro e determinou perícia no local e no veículo do suspeito.
Investigação desmonta versão
As investigações começaram a desmontar a farsa quando os policiais tiveram acesso às imagens de câmeras de segurança próximas à residência da vítima. As gravações mostravam claramente divergências entre a versão de Gustavo e a realidade.
Nas imagens, o investigado aparece saindo de casa sozinho, percorrendo o trajeto descrito e retornando, também sozinho e de forma tranquila, sem qualquer abordagem por motociclistas. Minutos depois, as câmeras mostram ele saindo com a caminhonete e retornando em seguida.
Descoberta crucial e confissão
Com o apoio do Canil da Guarda Municipal de Monte Mor e um cão farejador treinado para localização de pessoas, os policiais realizaram uma vistoria na caminhonete de Gustavo e encontraram manchas de sangue no painel e no banco do veículo.
Questionado sobre as manchas, ele alegou que a criança, quando ficava nervosa, costumava morder a própria língua, ocasionando sangramento. Diante das evidências contraditórias, Gustavo finalmente confessou o crime à Polícia Civil.
Em sua confissão, o padrasto admitiu que estava "brincando de jogar a criança para cima" quando ela desacordou. Ele contou que pensou em levar a criança ao hospital, mas optou por abandonar o corpo em local ermo para evitar responsabilidade.
Com a confissão, Gustavo foi preso em flagrante, e o delegado de plantão pediu que a prisão seja convertida em preventiva pela Justiça. Até o momento, as buscas pelo corpo do bebê continuam sendo realizadas pelas autoridades.
O g1 tenta contato com a defesa do suspeito para obter mais informações sobre o caso que comove a cidade de Hortolândia e levanta discussões sobre violência contra crianças.